Na verdade, as duas expressões tem o mesmo sentido.
O “Onça” também era implacável com os ladrões de “colarinho branco”. Sua honestidade lhe causou muitos problemas na vida política. Ele acabou com as mamatas e governou de forma honesta e rígida, o que desagradou a elite local, acostumada aos “favores” do governo.
Como ele não apoiava vagabundos e malandros, e era intolerante à desonestidade independente de classe ou posição social, acabou por ganhar esse apelido de “Onça”, o animal mais temido da época.
Os atritos políticos fizeram com que o “Onça” terminasse sendo destituído do cargo de governador.
Como se vê, ser honesto, já no século XVIII, era uma coisa complicada na política nacional. O “Onça” foi um exemplo de como é possível, e ao mesmo tempo difícil, governar com honestidade e probidade, sem usar de medidas extremas de restrição à liberdade de ir e vir. Por isso, “Onça” era admirado pela banda decente da população, mesmo sem escapar da crítica daqueles que consideram idiotas e burras as pessoas honestas.
O “Onça” se chamava Luís Vahia Monteiro. Governou o Rio de Janeiro de 10/05/1725 a 22/04/1732. Também foi apelidado de “virgem no bordel”.
Quase 300 anos depois, ser honesto ainda causa polêmica!
“Senhor, nesta terra todos roubam. Só eu não roubo.”
Violante Pimentel – Escritora