ANA LUIZA

Ana Luíza Rabelo Spencer

O carnaval acabou. Deixando saudades, lembranças de suas luzes e cores. Deixou silêncio onde havia balbúrdia, realidade no lugar da ilusão, fatos em vez de fantasia. Pierrôs e colombinas, papangus e “cãos”, toda alegoria volta para o armário, ansiosa para ressurgir no ano seguinte.

Agora, o ano inicia de fato. O trabalho é retomado com mais vigor e as responsabilidades assumem maior seriedade. A vida volta, deixando batuques de lado e seguindo seu ritmo natural.

Sediaremos as Olimpíadas, seremos estrelas ou vilões. Torceremos, vibraremos, mas este acontecimento não deve turvar nossas mentes para o que haverá depois.

O evento seguinte, que tomará nossa atenção pelos meses subsequentes, não é a Semana Santa ou o São João. Na verdade, o que deverá ocupar as consciências de milhões de brasileiros a partir deste momento são as eleições. A corrida de poucos para governar o destino de tantos.

É necessária uma intensa reflexão. Avaliação dos pré-candidatos, desprovida de individualismo, repleta de coletividade, de correção e, sobretudo, de esperanças. Não podemos permitir que a ilusão do carnaval nos alcance neste momento, que idealismos utópicos e filosofias vãs nos guiem.

Os meios de comunicação irão bombardear o povo, através da propaganda eleitoral, com ícones de sobriedade e retidão. O passado será soterrado. Não podemos, porém, nos esquecer da história e dos (bem ou mal) feitos dos pretendentes aos cargos políticos, agraciando com nosso sim somente os merecedores.

Esta hora tão ímpar não pode nublar-se diante de miragens burlescas. Nossos pés não deixarão o chão, nossa mente não fugirá ao físico. Antes de digitarmos os números mágicos, que abrirão ou cerrarão as portas do futuro da nação, seremos iluminados pela consciência e votaremos com a certeza de estarmos fazendo o melhor. O melhor para cada um de nós e para todos em particular. O melhor para o país.

Ana Luíza Rabelo SpencerAdvogada([email protected])

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