Dilma Rousseff voltou a falar na noite de ontem (27), repetindo o discurso em que agradeceu a reeleição no domingo (26), que o momento é de diálogo. Com um discurso para apaziguar o setor industrial-financeiro após a alta do dólar e a queda da Bolsa registradas hoje, ela também disse que não deixará “pedra sobre pedra” ao combater a corrupção e que condenará os culpados, “doa a quem doer”.
“Vou abrir o diálogo com todos os segmentos. Quero dialogar com os setores empresariais, os setores financeiros, com o mercado, fora do mercado, para discutir os caminhos do Brasil”, afirmou a presidente em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo. “Temos um compromisso: assegurar que tenhamos um país mais inclusivo e produtivo”, acrescentou, lembrando que a conversa também deve reunir os movimentos sociais e a população.
Questionada sobre quando tomará as medidas econômicas para tranquilizar o mercado, inclusive com a indicação de um novo nome para o Ministério da Fazenda – o atual chefe da pasta, Guido Mantega, deixa o cargo no final do ano -, Dilma reafirmou que não esperará o fim de seu primeiro mandato para fazer as mudanças necessárias.
“Não será hoje. Vou fazer isso no mês que se inicia na próxima semana”, garantiu.
Corrupção na Petrobras
Sobre o escândalo de desvio de recursos na Petrobras, em que delações premiadas atingiram vários políticos e empresas, a presidente reeleita garantiu que vai investigar o caso a fundo, sem temer que as denúncias causem instabilidade em seu governo.
“Não acredito em instabilidade política por se prender e condenar corruptos e corruptores. Acho que a sociedade brasileira precisa de uma atitude que interrompa a corrupção”, afirmou “Doa a quem doer, se faça justiça. Se alguém errou tem que ser punido.”
“Eu farei o possível para colocar às claras o que aconteceu neste caso da Petrobras e em qualquer outro que apareça. Não vou deixar pedra sobre pedra. Vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo”, reforçou.