ADAUTO MEDEIROS

Adauto Medeiros

Tenho, nos meus artigos, e confesso, quase insistentemente, mostrado as inúmeras deficiências do Estado brasileiro, do seu gigantismo, e de como ele é prejudicial, na minha avaliação, para o país, para a nação, para o setor produtivo.  E isso, não diz respeito apenas ao Brasil, mas a todo o mundo, pelo menos o mundo Ocidental de onde derivamos e estamos.

No entanto, gostaria de dizer, que não há de minha parte, a menor intenção ou desejo de fazê-lo meu inimigo, como se ele tivesse que ser extinto da face da terra apenas por um desejo radical de minha parte. Claro que não, como também nunca será extinto. Aliás, essa ideia de extinção e abolição do Estado, foi um desejo, vejam vocês, do próprio Karl Marx nos seus últimos escritos.

Bom, mas devo dizer também que tenho inúmeros amigos que trabalham no Estado. Amigos trabalhadores e competentes. Honestos, decentes e éticos. Que querem o melhor para o país. Mas não é essa a questão que me mobiliza, quando escrevo e reflito sobre o papel do Estado.  A reflexão que fui obrigado (na minha juventude já flertei muito com a esquerda) a admitir, depois de longas leituras, conversas, diálogos, anos e anos observando a economia no Brasil e no mundo, é que o Estado faz mais mal a uma nação do que bem.

Não digo isso, como se eu quisesse apenas denegrir o Estado sem base. Dizer por dizer. Não. Ao contrário. Foram às inúmeras evidências que me foram levando a enxergar a sua ineficiência, predadorismo e, tenho que confessar desumanidade. E isso nas três esferas de poder ou governo: municipal, estadual e federal.

O maior exemplo de que o Estado é inviável foi a própria revolução comunista a partir da Rússia, em 1917, quando os bolcheviques tomaram o poder. 80 anos depois a ideologia que tinha erigido, erguido o Estado como modelo de progresso, eficiência e competência, literalmente, ruiu. Ruiu. Acabou. Esfacelou-se. Se fosse bom, teria permanecido.

Aliás, onde o comunismo com sua visão de Estado todo poderoso assumiu um país, foi um desastre completo. Na Ucrânia, antes dos comunistas assumirem o poder, o país produzia trigo em quantidade internacional. Após os comunistas assumirem, eles literalmente quebraram o país, e hoje a Ucrânia não consegue produzir o suficiente para consumo interno. O mesmo aconteceu com a Tchecoslováquia que até a chegada dos comunistas, tinha 12 milhões de habilitantes e produziam 12 milhões de toneladas de aço. Depois que assumiram quebrou o país, inviabilizando a produção de aço.

Os exemplos são assombrosos por todo o mundo, e por demais verdadeiros, que só não enxerga quem realmente fecha os olhos a realidade. Basta citar também aqui no Brasil agora sob o governo petista. Aumentaram tanto o Estado, achando que o Estado “fabrica” dinheiro, que quebraram o país e todas as estatais. De uma irresponsabilidade monstruosa.

O Estado, infelizmente só beneficia a quem toma “conta” dele. No Brasil, famílias. Mas não serve a nação. O Estado não fabrica dinheiro. Na verdade vive do imposto da iniciativa privada. Do imposto de quem realmente produz e trabalha. A pergunta que me faço ainda, é porque aqui no Brasil não entendemos e enxergamos isso? Penso eu que é porque no Brasil o Estado serve aos políticos como massa de manobra para obter votos. Populismo, exploração e demagogia.

Se a iniciativa privada prospera, ela mata o Estado. Mas os políticos vivem do Estado, logo jamais deixarão a iniciativa privada crescer no Brasil. O nosso problema não é a miséria crescente, mas a falta de riqueza. A conclusão é lógica. Na iniciativa privada não há populismo e muito menos demagogia. Ela não pode prescindir da eficiência, ao contrário do Estado que convive com a ineficiência há séculos em nosso país. Enquanto acharmos que o Estado é a salvação para o nosso país, estaremos condenados ao atraso.

Como disse certa vez, Delfin Neto, hoje tão assediado por vários petistas (quem diria!), falando sobre Brasília, os políticos e o gigantismo estatal, disse, “se o Brasil crescer, Brasília morre”. Ele estava querendo com essa frase defender o crescimento do país, via iniciativa privada. Resta saber quando esse mantra virará a nossa ideologia. Infelizmente temo que ainda irá durar anos e anos.

Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário [email protected]

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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