Dalton Mello de Andrade
Quem acompanha com um mínimo de interesse o quadro político nacional, fica preocupado com a falta de discernimento de uma boa parcela das pessoas que não viram, e continuam sem ver, o desastre anunciado. Especialmente as que nos governam. Os problemas abaixo descritos vêm sendo sentidos por nós desde o começo do primeiro governo de Dilma Rousseff, agora continuado e, parece, sem reconhecer os erros do passado e procurar corrigi-los.
Preços em disparada, desemprego crescente, dólar nas alturas, comércio internacional desastroso, indústria claudicante, insegurança sufocante, saúde doente. A soma das mazelas não conseguem ser contraditadas por um ou outro sinal positivo, raros, no presente momento. Se é que os há. Nós, que torcemos por um país sadio e vigoroso, ficamos estarrecidos.
Todos esses males estão evidentes, implorando por medidas urgentes que neutralizem o descaminho, que nos traga de volta às estradas pavimentadas do desenvolvimento sensato, que deixemos de adotar políticas que só nos têm conduzido ao desastre. Nos falta discernimento. Como acreditar em pessoas que, aparentemente inteligentes, e muitas o são, mas que não conseguem enxergar um centímetro adiante do nariz? E os narizes dos governantes, que parecem ter crescido, como os de Pinóquio?
Neste último fim de semana, tivemos ampla demonstração da insatisfação popular e as pesquisas recém publicadas comprovam largamente esse sentimento. O povo, do Brasil inteiro, foi às ruas mostrar seu desencanto com tudo que está aí. Demonstrações que primaram pelo belo exemplo. Pacíficas, ordeiras, embora diretas e claras no seu desejo de um pais melhor, bem administrado, sem corrupção e que mostre perspectivas de um novo caminho. Onde os políticos em geral, mas especialmente os que dirigem o país, adotem medidas que salvaguardem o nosso desenvolvimento, nos levem de volta aos caminhos da honestidade, da defesa dos interesses do povo, da integridade e da verdade.
O povo, nas ruas, mostrou a sua revolta em ver a situação crítica em que nos encontramos. Procura um novo caminho, que lhe garanta um futuro promissor. Um futuro livre dos descaminhos do presente, no qual possa acreditar, e que lhe permita ver agora, mesmo que ainda longe os resultados, modificações que indiquem uma esperança.
Torçamos todos para que chegue esse dia, que possamos antever melhorias e discernir um novo futuro, de esperança e de alegria. Sou otimista, e acho que vamos alcançar esse objetivo. Que seja em breve.
Dalton Melo de Andrade – ex-secretário de educação do RN