DEGUSTANDO COM OS AMIGOS –

Reunir-se para degustar um vinho com os amigos é sempre um momento especial e de expectativa. Isso por cinco motivos bem característicos: (1) rever pessoas queridas; (2) compartilhar conversas diferentes das entediantes do dia a dia; (3) expectação pela retirada da rolha (ploc); (4) inspirar aromas que a casta possa oferecer e, (5) brindar com um tim tim à vida celebrando alegrias, antes mesmo de particularizar e identificar o vinho mediador de tamanha motivação – pelo primeiro gole.

Aqui quero diferenciar alguns núcleos que se agrupam em torno do destaque especial: sua excelência, o vinho.

Cito, as “Noite de Vinhos Queijos”, as “Degustação de Vinhos”, os “Clubes de Vinhos” e as “Confrarias”. Cada um deles tem sua singularidade. Aqui me reportarei às Confrarias, sem deixá-los curiosos e ausentes de tecer algo sobre os demais.

Certamente você já recebeu um convite nesses termos: “vamos fazer uma Noite de Vinhos e Queijos lá em casa e, queremos a sua presença”. Pronto. Só isso já pode suscitar um “tric tric” em você por dois simples motivos, primeiro conhece pouco ou quase nada sobre vinhos e, segundo, não sabe qual vinho comprar para levar. Sobre os queijos, pensa: “bem, sobre os queijos darei meu jeito”.

Observe a despretensiosidade desta “Noite”, uma vez que não foi dito nada sobre a casta e o tipo do vinho, o país ou a região de tal wine. O foco principal do convite foi “a sua presença”. O mais seguiria o rito e os acontecimentos ditados pelo envolvimento do encontro. E pode ter certeza: será uma noite maravilhosa, pois estará em evidência a conversa animada pelos assuntos diários e… talvez um fofoquinha de leve.

Na “Degustação de Vinhos”, existe certa ordem, acertada previamente por todos ou a cargo do anfitrião, que especifica alguns pontos como, o tipo do vinho (tinto, branco ou rosé), não excludentes, o país e a região, e quando mais “afinada”, se a degustação será vertical – um mesmo tipo, uma mesma casta, um mesmo país, uma mesma vinícola, e anos de colheitas diferentes. Se horizontal – um mesmo tipo, uma mesma casta, um mesmo país (ou diferentes), diferentes vinícolas e de um mesmo ano de colheita. Em ambas, o aroma e o paladar serão os sentidos privilegiadamente mais exigidos.

Se não for possível atender classicamente, esses “sentidos” (V e H) adotem a também agradável “Degusta Casta”, onde a única exigência é desfrutar de um tipo (tinto, quase sempre) e de uma única casta, a escolher (Malbec, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Pinotage, Merlot, Tempranillo, Carmenere, Sangiovese, Garnacha, Tannat, entre outras).

Perceba que esses momentos aparentam mais “solenes” sem, no entanto, perder a alegria, a conversa animada, os risos e gargalhadas com aquele gracejo ou ocorrência, as historinhas devassa ou santas que possam desfilar na “videira” da confiabilidade da amizade ali presente.

Bem, e os “Clubes de Vinhos”?

Esses mudam a posição do seu foco, pois o seu “envolvimento” com o clima de ansiedade em combinar com o amigo, ir às lojas especializadas, ficar indeciso diante de tantos rótulos, comprar sem ter indicações, diluem drasticamente essa angústia, pois essa parte fica a cargo do “Clube de Vinho” ao qual você se associou, onde especialistas, degustam, selecionam e entregam a cada participante, uma cota mensal (variável em função da categoria de sócio), aquele que foi indicado como o vinho do mês, conforme os critérios do clube. Você recebe em casa, porém, sem a liberdade de escolha. Funciona, muitos são os clubes tipo e muitos são os associados.

E as “Confrarias”?

Aqui, o termo salta entre as tantas forma de confrarias que existem no mundo, pois significam o mesmo que – irmandade, associação, sociedade, conjunto de pessoas. No caso do vinho, a ideia é de reunião de amigos reunidos num propósito comum: degustar conhecendo. Ou seja, os grupos de apreciadores vão além da escolha em si, e buscam compartilhar com os demais, o meandre da degustação (produtor, safra, tipo, nome da uva, região, país, sub-região, análise visual, olfativa, gustativa, arte plástica do conjunto rótulo/garrafa) e, outros aspectos que considerem relevantes. Normalmente se faz o registro das anotações para comparações futuras e pesquisas mais universais sobre o vinho degustado.

É fácil montar uma confraria. O principal é reunir amigos com quem se tenha afinidades e que em comum tenham simpatia pelo vinho, não só para degustar mais para aprender sobre a sua história,que são na maioria das vezes, encantadoras.

Não esqueça: em qualquer situação, a taça certa é determinante para um bom proveito  de quem está a fazer algo que se espera ser agradável.

Um brinde com Lyngrove Collection, Sauvignon Blanc, da África do Sul, com sua mineralidade e acidez de agradável frescor e, a todas as confrarias.

Crie a sua confraria. Eu ajudo.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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