DE VOLTA PARA CASA –

Desde que o homem comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, distancia-se de Deus, e se apaixona cada vez mais pela criação, esquecendo-se do Criador. O homem, nesse caminhar, vai perdendo a noção de quem é e de quem o criou. E somente depois de muito sofrer e de muita decepção, começa ele o caminho de volta, com muito trabalho e contando com a ajuda de muitos irmãos já conscientes, posto que já fizeram esse mesmo caminho.

A volta ao Centro do Criador é tão sofrida quanto a ida em demanda das periferias do cosmos. Porém, em intensidade inversa. Na ida, a dor vai aumentando à medida que o Centro vai ficando para trás. Na volta, a dor vai diminuindo até que a felicidade seja plena e o gozo seja eterno.

Embora Deus seja onipresente – e, como já foi dito, o seu centro esteja em toda parte -, mesmo assim o homem se distancia desse Centro, visto que “distância” aqui não está relacionada com espaço, mas com intimidade.

Na busca da satisfação dos seus próprios desejos egoístas, o homem perde a intimidade do convívio com o seu Criador, o Pai Celestial, Deus – ainda que Deus nunca o perca de vista. E por amar o filho incondicionalmente, Deus mobiliza todos os recursos necessários para trazê-lo de volta ao seu convívio, enviando mensageiros, revelando-se a ele das mais variadas formas, e, até, vindo-lhe ao encontro pessoalmente – como o fez na pessoa de Jesus Cristo.

A parábola do filho pródigo retrata aquele filho (o homem) que saiu da casa do pai para experimentar tudo que queria, tudo o que lhe dava prazer físico, mesmo que transitório.

Contudo, depois de experimentar tudo, ele volta para Deus. Cansado, mas feliz; sujo, mas sabendo que vai se banhar na luz do Cristo; que nunca mais terá fome, nem sede, nem as vontades próprias que lhe causaram tanto sofrimento. Ele renuncia tudo para ganhar tudo de volta. Ele renuncia seu querer para ganhar um querer muito mais superior e perfeito, posto que semelhante ao querer do Cristo, de Deus.

Agora, essa nova vida é a verdadeira vida, que o fará feliz e desejoso que seus irmãos também a encontrem e voltem da periferia – se é que podemos dizer assim – das existências em que se encontraram para o Centro Criador, que venham de volta em direção a Deus, ao Reino dos Céus, à felicidade eterna, à vida eterna, conscientes e felizes.

A viagem tem ida e volta. Desejo que estejamos todos de volta para casa!

 

João Batista Soares de Lima  – Ex secretário de Tributação e Membro da Arca da Aliança – Movimento Cristão.
   As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores.

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