NARCELIO

José Narcelio Marques Sousa

Em 2016 estaremos sediando a XXXI Olimpíada da Era Moderna (Olimpíadas de Verão) e a primeira a se realizar na América do Sul. Talvez não venha na hora exata, mas não deixa de ser um fenomenal acontecimento para o Brasil. Entendo que devamos ter um mínimo de conhecimento sobre o evento para não ficarmos com cara de paisagem, caso abordado por algum estrangeiro desejoso de testar nossa ignorância. Por isso achei pertinente escrever algumas linhas sobre as Olimpíadas, destacando fatos e curiosidades que, se não servirem para coisa alguma, certamente, encherão balaios de linguiça.

Os jogos olímpicos surgiram em 776 a.C., na Grécia, em homenagem aos deuses do Olimpo. Foi essa a forma de os gregos reunirem e apaziguarem as populações de suas cidades que viviam em guerra. Os jogos ocorriam em Olímpia, na península de Peloponeso. No início era disputada uma única prova: a corrida de 170 metros. Aos poucos, os gregos foram incluindo novas modalidades. Duraram mais de mil anos findando em 393. Ocorria num intervalo de quatro anos, até dar na telha do imperador romano Teodósio I abolir o evento, alegando se tratar de uma festa pagã.

A ideia de criação dos jogos olímpicos da era moderna saiu da cachola do francês Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin, também criador do juramento olímpico repetido por atletas e juízes durante a abertura dos jogos.

A primeira edição das Olimpíadas da Era Moderna aconteceu em Atenas, na Grécia, em 1896, com disputas em nove modalidades esportivas: atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, natação, tênis, luta, levantamento de peso e tiro – em 2016 serão 28 esportes em 39 modalidades. Segundo pensam alguns, levantamento de copo e arremesso de cuspo nunca fizeram parte das Olimpíadas de Verão.

Paz mundial é o significado da famosa bandeira olímpica, outra criação do Barão de Coubertin, em 1913. Os aros entrelaçados representam a união entre os cinco continentes. Com as cinco cores dos aros podem-se compor todas as bandeiras do mundo. E mais, cada cor representa um continente: azul a Europa, amarela a Ásia, preta a África, verde a Oceania; e, vermelha a América.

O lema Citius, Altius, Fortius (Mais Rápido, Mais Alto, Mais Forte) foi ideia do francês Henri Didon para os jogos de Paris, em 1900. É usado até hoje. Nas aberturas dos jogos encabeça o desfile a delegação da Grécia, em seguida a do país-sede, depois as das demais nações por ordem alfabética.

Modalidades curiosas já fizeram parte das Olimpíadas, como por exemplo: 12 horas de ciclismo, Levantamento de peso com apenas uma mão, Cabo de guerra, Tiro ao pombo, Voo livre de planador e Motonáutica.

O maior ganhador de medalhas na história das Olimpíadas foram os Estados Unidos, contabilizadas 2.398 até os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.  Também pertence àquele país o maior medalhista olímpico, Michael Phelps. O nadador abiscoitou 22 medalhas em duas Olimpíadas: Atenas (2004) e Pequim (2008).

O Brasil obteve até agora 108 medalhas, assim distribuídas: 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze. Adhemar Ferreira da Silva foi o primeiro bicampeão olímpico brasileiro e, Maria Lenk, a primeira brasileira e sul-americana, a participar de uma Olimpíada (Los Angeles, 1932). Torçamos para não acontecer no Brasil, em 2016, o desastre do Canadá ao sediar os Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. Não ganhou uma só medalha de ouro e apenas 5 de prata e 6 de bronze.

José Narcelio Marques Sousa é engenheiro civil. [email protected]

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