CRUDIVORISMO, A DIETA –

Falar em crudívoro é como falar em vegetariano, carnívoro, mamífero, lactovegetariano, pessoas adeptas de qualquer filosofia alimentar. O crudivorismo ou “alimentação viva” é uma doutrina alimentar em que os alimentos são de origem agrícola, porém consumidos crus.

Ser crudívoro é abster-se de carboidratos, glúten e lactose. Desde já, adianto não ser eu um crudívoro nem manter qualquer pretensão de sê-lo algum dia.  Vamos e venhamos concordando ou não é interessante nos inteirarmos de como funciona a dieta… Ops! Desculpem-me! Quero dizer a tal doutrina alimentar.

Nesse catecismo nada pode ser cozido ou desidratado para evitar a perda de nutrientes. A base da alimentação são frutas frescas, sementes, vegetais, grãos germinados ou brotos de trigo, arroz, cevada, centeio, aveia, lentilha, ervilha, grão de bico e algas. Nada de utilizar condimentos.

A maior parte das calorias numa dieta crudívera vem do açúcar das frutas. Azeite, oleaginosas não assadas e seus derivados, além de legumes e verduras complementam o aporte energético.

Na visão científica os alimentos crus são ricos em enzimas. As enzimas, por sua vez, são as responsáveis pelo transporte dos nutrientes às nossas células. Daí se afirmar ser a alimentação crua uma alimentação enzimática – ao cozermos os alimentos destruímos suas enzimas.

Pergunto: não será mais uma tendência ocasional? Na verdade todos esperam obter de uma alimentação equilibrada o bem-estar para uma vida saudável ou um corpo sarado e sadio para dele se orgulhar. Mas, este é também um dos objetivos das dietas: recuperar o perfil e as medidas perfeitas de antigamente.

Quem não ouviu falar das dietas da sopa, das proteínas, do homem das cavernas, da mastigação, do ovo cozido, da Lua, do limão ou da papinha de neném. Todas vão e voltam com uma facilidade incrível provocando o efeito sanfona no corpo do indivíduo. Isso mesmo, o vai e vem de emagrecer e engordar.

Passar a vida inteira comendo alimentos crus deve ser uma chatice. O indivíduo depois de ter provado pratos saborosos cozidos, assados ou refogados, suspender repentinamente a rotina para enveredar pelo crudivorismo não é fácil. E nada de dizer que a boa gastronomia não é um dos prazeres da vida, porque não cola.

E quanto aos riscos de intoxicação ou contaminação por substâncias nocivas contidas no cultivo dos vegetais? Sim, esse negócio de usar vinagre, lavar com esponja ou deixar de molho em água é balela, pois não retira coisa alguma dos agrotóxicos dos alimentos.

Entendo que a melhor opção para mim é continuar integrando a classe dos onívoros: comer um pouco de tudo com ou sem condimentos, e assando, cozinhando ou refogando os alimentos, quando for necessário.

Concordo com o filósofo americano, Alan Levinovitz, que disse o seguinte: “Comer não é somente um hábito para ser saudável e manter o peso. É também divertir-se com amigos, desfrutar cultura e história. Não podemos transformar os alimentos em remédios”.

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro e Escritor

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