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Carlos Alberto Josuá Costa

Tempos atrás participei de um treinamento na conceituada empresa de formação em gestão avançada – AMANA KEY -, na qual uma das fases de aprendizado era “Como sair do caos, uma vez instalado”.

Dele tirei lições para lidar com os conflitos administrativos e pessoais que chegaram ao status de caos, e tive a certeza que todo ele tem como pano de fundo a falta de habilidade para agir.

Assim me parece o atual quadro do sistema prisional do nosso estado. Mais ainda, no que se refere às fugas por túneis facilmente construídos – escavados – por quem se supõe não dispor de ferramentas para tal, e de fazer inveja às construtoras especializadas em obras d’artes especiais.

As fotos estampadas nas mídias locais mostram o amadorismo dos “tatus fugitivos”, como também dos demandadores da vigilância e restabelecedores da ordem disciplinar na apelidada “segurança máxima”.

Em dezesseis dias, sob o auspício da Força Nacional, sessenta e sete ‘pássaros’ bateram asas e voaram. Ninguém sabe ninguém viu, mas todos se apressam em “Não tem o que fazer” ou ainda “Olhe que vão fugir mais”.

Tem o que fazer sim!

Se, se sabem que vão fugir mais, então me parece de certa razoabilidade que se planejem ações e reações reais, fora das mesas de reuniões e reuniões exibicionistas e improdutivas, e aja dentro da competência que cabe a cada um – do gestor governamental ao desmuniciado soldado – em seus postos de atuações.

Será que no atual caos – não de hoje – não é de se ‘adivinhar’ que os túneis são a coqueluche do momento? A não ser que nos arredores do muro existam ‘minas’ explosivas, que impeçam a aproximação daqueles que se esperam à sentinela efetiva.

Um túnel ao lado do outro dar a se elucubrar que o anterior – ou anteriores – não foi eliminado em toda a sua extensão.

Uma boa medida seria como em toda situação de crise, agir preventivamente: escavar valas com equipamento adequado – trator ou escavadeira – e posterior reaterro compactado, para uma tênue esperança que não seja tão fácil escavar com colher de sopa, tal qual mãos de criança fazendo castelo de areia.

Se cada túnel for “entupido” com concreto, logo logo, teremos uma “cortina de ferro” que certamente esbarrará fugas e mais fugas.

E aí meu dileto norte-rio-grandense é de doer o disse me disse: “… os militares não tem mantido a regularidade no patrulhamento no entorno da penitenciária”, “… vão fugir mais”, e a mais temível das constatações “Não tem o que fazer”.

É o caos ou é apenas uma brincadeira?

 Já não bastam os que estão ‘livres’ e agora, em dobradinha, com os que estão ‘soltos’?!

Claro que nenhum ser humano por mais delinquente que tenha se tornado, tendo uma oportunidade de ‘experimentar’ a liberdade, não busque a fuga de seu aprisionamento.

Cabe aos cumpridores das leis, no entanto, que protejam aqueles que empregam apenas o trabalho digno, como ferramenta em tornar a sociedade apaziguada.

Outros túneis, não esses físicos, estão sendo escavados no sistema prisional, entre eles, os da falta de uma política verdadeira que ressociabilizem os apenados, qualificando-os, ensinando-os e gerando cidadões de bem.

Salve Deus! Luz para os agentes penitenciários, policiais civis e militares, gestores, para que com a Vossa misericórdia, também os protejam.

 Carlos Alberto Josuá Costa, Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

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