CONSCIÊNCIA –

“Você não é o pensamento. Você é a consciência”. (Eckhart Tolle)

“É muita falta de consciência!”, não raro ouvimos alguém dizer quando algo não condiz com o seu modo de pensar ou agir. Esse conceito de consciência, abstraindo-se a amplitude que a palavra alcança, certamente, está intimamente conexo com o observador (o seu “eu”) e com o observado (o eu “dele” ou “dela”). Neste caso o “eu” é reflexivo diante da consciência moral de cada um.

Então, de modo geral, podemos admitir que – observador e observado – estão sujeitos ao contexto a que foram submetidos, criando, assim, referenciais para a medida do limite, para cima ou para baixo de um determinado padrão de moralidade e dever que ambos professam e que foram adquiridas por alguns conhecimentos que marcaram as suas ações ou os seus sentimentos.

A palavra consciência, dependendo de sua utilização nas sentenças e nos objetivos da comunicação, assumem o significado de ‘costume’ (ter consciência de algo ou alguma coisa), de ‘percepção’ (vejo que isso é assim), de ‘honestidade’ (minha consciência diz que isso é certo ou não é certo) e de ‘retomada’ ( agora eu tomei consciência). Desta maneira podemos dar à consciência duas condições básicas: a primária e a secundária. A consciência primária remete o indivíduo ao ensejo pessoal em mostrar o que pensa e como age. A consciência secundária remete o indivíduo a refletir, impulsionando-o a avançar ou a recuar, conforme julgamentos e análises de seus pensamentos.

A palavra ‘consciência’ também assume o significado de senso ou noção (diz Joir: esse Airton não tem consciência!), ou seja, o mesmo significado de “sem noção” (diz Airton: é muita falta de senso de Joir).

Na maioria das vezes a palavra ‘consciência’ gosta de companhia. Pesquisando encontrei mais de trezentos tipos de consciência, e, aqui, listo algumas para exemplificar: Consciência ambiental, Cidadã, Cívica, Coletiva, Conciliadora, Afetiva, Corporal, Cósmica, Criativa, Crítica, Democrática, Fiscal, Ideológica, Ecológica, Econômica, Energética, Existencial, Étnica, Intelectual, Pacifista, Política, Profissional, Eleitoral, Filosófica, Social, Sociológica, Responsável, e tantas outras.

Tenho percebido que somos íntimos da nossa consciência, porém me parece que ela (a consciência) não goza dessa mesma particularidade quando quer ser colocada em evidência utilizando o exterior de cada um de nós. Talvez pela vaidade ou soberba comum aos homens em esconder a sua verdadeira identidade, o seu modo típico de ser, deixa de extrair da consciência a reflexão (aquela secundária) e, por impulso age de modo destoante daquilo que lhe é afim. É o chamado peso da consciência. Uma vez falado ou agido sem pensar, fica-se em arrependimento ou em pensamento que não lhe sai da cabeça: “Não deveria ter agido daquela maneira”, “Não deveria ter dito assim”.

A amplitude e a complexidade da consciência, tal como ela é realmente, sempre será um mistério para nós mesmos.

Portanto, coloquemos a ‘mão na consciência’ e procuremos ouvir e sentir o estímulo do bem pensar e do agir. Também saibamos respeitar a consciência do outro. A minha, a sua e a dele, certamente necessita de momentos de reflexões e de uma conversa permanente com Deus, para que Ele aponte a melhor maneira de reconhecer e realizar um juízo adequado de nossos pensamentos e ações envoltos pelas emoções da nossa consciência.

Que eu utilize a consciência, que eu pense, que eu aja.

Que você utilize a consciência, que você pense, que você aja.

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

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