Um dos grandes problemas em Israel é começar a construir uma edificação, porque há sempre uma possibilidade de se descobrir algum artefato ou algo arqueológico, foi assim que se descobriu mais uma grande cidade, considerada cosmopolita e planeada, com mais de 5 mil anos, comportando cerca de 6 mil pessoas. A cidade antiga foi descoberta quando se iniciou os preparativos para construção de uma autoestrada perto de Harich, a 50km ao Norte de Tel Aviv. E o mais curioso é que essa cidade teria sido construída sobre uma outra grande vila que já existia a 2 mil anos antes, ou seja, sete mil anos atrás. Isso vem renovar tudo que até agora se sabia, é uma prova de que os povos começaram a a construir cidades naquela região, muito antes do que se pensava. Além disso, a cidade descoberta, seria uma sociedade complexa e socialmente estratificada, com as descobertas arqueológicas, ao revelarem diferenças nos tamanho e características das sepulturas. Embora fosse menor do que algumas cidades que surgiram na Mesopotâmia e no Egito, no início da Idade do Bronze, En Esur, nome da cidade descoberta, surpreendeu os arqueólogos pela dimensão única que atingiu naquela altura no sul de Levante, região que abrange hoje a trijunção entre Jordânia, Israel e Síria. Ela é considerada a maior escavação realizada em Israel e abrange uma área de quatro hectares, no entanto, os pesquisadores estimam que só conseguiram ainda apenas 10% da cidade antiga. Até o momento, sabe-se que a cidade tinha uma grande população, estava devidamente organizada, dispunha de silos para armazenada comida e uma rede de estados e becos cercados de pedras e outros materiais, como cimento. Inclusive, os arqueólogos acreditavam que se tratar de uma sociedade muito bem desenvolvida, pois a cidade foi construída para evitar e prever as enchentes que tinham naquela época, na estação das chuvas. Os arqueólogos descobriram também a evidência de existir uma religião organizada, uma vez que uma das estruturas públicas mais impressionantes, descobertas até agora, seria um templo ritual incomum, com ossos de animais queimados, provando assim as oferendas sacrificiais e uma estatueta em formato de cabeça humana, assim como fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra e vasos. Embora apresentasse um grande desenvolvimento para época, ainda não foi achado nenhum vestígio de que eles já conheciam a escrita, no entanto, eles já mantinham relacionamento com outros povos da região, porque foram encontrados vasos de cerâmica provenientes do Egito.

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *