O “plano de acordo de paz” foi divulgado ontem (29) para o mundo tudo, após o encontro entre o presidente norte-americano, Donald Trump e o Primeiro Ministro israelense Benjamin Netanyahu, que visa o fim dos conflitos entre palestinos e israelenses. Tudo isso a revelia das autoridades palestinas que não participaram das conversas para definir os itens debatidos, pelo que Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chamou a proposta de “conspiração, pois tudo foi acertado entre EUA e Israel, sem a participação do lado palestino. O plano de Trump, elaborado especialmente pelo seu genro, Jared Kushner, as seguintes propostas foram levantadas: Jerusalém permanece indivisível e capital de Israel, mas por outro lado a parte oriental da cidade será a capital do futuro estado palestino; A primeira pergunta já é suscitada, como será isso? Porque o item diz que a Cidade Santa será indivisível. O segundo item diz que o Estado Palestino terá um novo território para indústria de alta tecnologia e outro destinado a casas e produção agrícola. O terceiro ponto diz que os portos de Haifa e Asdode em Israel darão acesso garantido aos palestinos. Um dos aspectos mais relevantes é a criação de um túnel que ligará a Faixa de Gaza a Cisjordânia, garantindo assim a unidade de um novo estado palestino. Todo o vale do rio Jordão ficará sob o comando de Israel, significando assim que criará um sério desconforto a Jordânia, que inclusive já se posicionou sobre o assunto. O pior de tudo para os palestinos é que os assentamentos judeus na Cisjordânia não serão removido, ou seja, fará parte do território israelense. Logo eu chego a conclusão que o presidente Donald Trump abusa de superlativos para construir o seu plano de paz no Oriente Médio, sendo chamado de, por ambos os líderes, israelenses e norte-americanos, de “histórico” ou “acordo do século”, mas a proposta está fadada ao fracasso, diria até mais do que isso, em conversa com o renomado professor Tales Castro, chegamos a conclusão de que buscam uma saída pra limpar a imagem diante do eleitorado, ou seja, Trump e Netanyahu, já que ambos estão atolados em graves turbulências interna em seus países. Pelo lado israelense, Netanyahu está a menos de dois meses de uma nova eleição e se encontra indiciado em três processos de corrupção. Já Trump, está envolvido em um sério processo de Impeachment. Logo, o que eles querem na verdade é desviar as atenções na direção desse acordo, que na minha opinião, não será nem mesmo avaliado pelos palestinos.

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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