MARIO ROBERTO MELO

1 – Novamente os naufrágios acontecem, agora com mais intensidade no Mar Mediterrâneo. Dezenas de mortos e desaparecidos nesses últimos que aconteceram quase agora a pouco. O mar da morte mudou de lugar e de nome: agora fica entre a Sicília e e a Líbia, chamando-se Mar Mediterrâneo. Só nesses dois últimos dias, três grandes naufrágios aconteceram no coração do mar com profundidade de 3 mil metros e um deles que poderia matar 700 imigrantes, graças a marinha italiana, que estava próxima à precária embarcação, evitou-se outra catástrofe. Ainda assim, só desse episódio, sete morreram ao barco virar. Já o naufrágio de ontem, os refugiados não tiveram a mesma sorte e dezenas estão desaparecidos e mortos com 45 corpos recuperados até o presente momento. Nesta semana, 14 mil pessoas foram salvas pela guarda costeira ao serem retiradas das precárias embarcações que geralmente tentam atravessar o Mediterrâneo com excesso de peso. O saldo desta semana é terrível: mais de 300 pessoas morreram ou desapareceram e agora com o mar calmo e temperatura normal, a tendência é aumentar o número de tentativas suicidas para chegar a Europa.

2 – Mais de cem cientistas pediram em Carta Aberta à Organização Mundial da Saúde, que os jogos olímpicos do Rio de Janeiro deveriam ser transferidos ou adiados, em decorrência do vírus Zika. Os especialistas dizem que as descobertas recentes sobre o Zika tornam anti ética e insensata a manutenção dos jogos no Rio. A carta diz ainda que o adiamento ou transferência das Olimpíadas diminuirá certamente os riscos trazidos por essa atual turbulência na economia, na administração e na sociedade brasileira. Esses problemas, somados ao Zika, tornam o evento inviável de ser realizado em nosso país, que está à beira do caos. O documento foi assinado por 125 cientistas, médicos e especialistas das universidades americanas e inglesas. Eles citam ainda o fracasso do programa brasileiro ao combate do mosquito Aedes aegyptis, e abordam o risco de se colocar em risco cerca de 500 mil turistas que acompanharão os jogos, além dos próprios atletas, que voltarão aos seus países, muitos deles menos favorecidos que o nosso Brasil, podendo disseminar ainda mais o problema no mundo. Os cientista pediram também às autoridades americanas, que sejam mais efetivas no combate a esse terrível mosquito, que provoca várias doenças, principalmente a micro-cefalia. Por enquanto, o Comitê Olímpico não vê necessidade desse adiamento, alegando que o mosquito já existe em outros 60 países, e que teremos que enfrenta-los a qualquer custo, seja onde for.

Mario Roberto MeloCorrespondente especial do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv

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