COISAS DO TEMPO ANTIGO – 

Quando eu era menino, ouvia os adultos falarem – Menino isto é coisa do tempo antigo. Pois bem, hoje eu falo a mesma coisa para os jovens,  por isso,  me deu vontade de escrever esta crônica.

A Palhoça – A Palhoça era um bar e restaurante que ficava na Avenida Deodoro, vizinho ao Cinema Rio Grande hoje uma igreja evangélica. Era costume do nosso grupo da Escola de Engenharia, eu, Saddock Albuquerque, Odemar Guilherme Caldas Junior, Laércio de Medeiros Barros, Antonio Gomes de Sales, Carlos Letieri e Francisco Xavier Siqueira gostávamos de  “baixar” na Palhoça para fazer a nossa” farra”.

Um belo dia de sábado, na saída das aulas da Escola que ficava na Rua Mipibu, fomos até a Palhoça como fazíamos costumeiramente. Como todos éramos estudantes, vivíamos das “semanadas” dadas pelos nossos pais. Pois bem, Junior nos chamou para irmos até o Cinema e pedir a seu pai a sua semanada desta vez com aumento – Seu Odemar era gerente do Cinema. Junior entrou e veio conversando com o seu velho. Chegando perto de nós, seu Odemar limpou os óculos, colocou novamente no rosto e disse.

– Essa não meu filho, que seus amigos só façam aniversários todo sábado eu ainda admito, agora, duas vezes por ano, essa não filho. Junior esqueceu-se que no sábado passado tinha dito ao velho que era o aniversário de Saddock e repetiu a mesma estória.

De outra vez tomamos bastante cerveja, e era o torneio dos calouros no Juvenal Lamartine, eu e Laércio jogávamos na defesa do time da Escola de Engenharia. Saímos da Palhoça prontinhos, com a “cara cheia. Laércio era um craque, em um dado momento da partida um adversário chuta forte em direção a nossa área. A bola vinha “redondinha, rasteira queimando a grama” como diria o amigo e locutor esportivo Mário Dourado. Pois bem, eu não tinha o que inventar gritei para Laércio.

– Tira esta de cabeça, compadre!

Laércio “plantou bananeira” e tirou a bola de cabeça. Espantado, vendo aquele lance, me deitei no chão e comecei a dar sonoras gargalhadas, deitado e rolando no gramado. Sabem o que aconteceu depois? Levei um cartão vermelho, e acabei correndo atrás do juiz precisando de muita gente para me segurar.

Antigamente era diferente, “tudo terminava em Brahma” e pouco tempo depois estávamos todos reunidos, felizes, vencidos e vencedores cantando, contando piadas, e tomando a nossa cerveja.

Era assim no tempo antigo

Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor, membro do IHGRN

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