COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS NOSSAS – 

 

DAS NOSSAS COISAS

Tenho andado com pouco tempo, e com pouco “saco”, para me dedicar ao computador e escrever coisas que relembro, muitas vezes, ao acordar, por ter “pensado” ou “lembrado”, dormindo, sem ser pensamento ou sonho de coisas irreais.

São coisas que ficam depositadas em nossa mente e que surgem sem serem “cutucadas”, de forma, para mim, as vezes, inexplicável.

Porém, é sabido que o sono é responsável pela intensidade do repouso e recuperação da energia e da mente, e se divide nas fazes NREM e REM.

Portanto para que esse “relembramento” aconteça, devemos estar com o sono “R.E.M.”, ou “Rapid Eye Movement”, funcionando, de maneira que, segundo as teorias sobre o assunto, o “sono R.E.M., é a fase na qual ocorrem os sonhos mais vívidos, e que, durante essa fase, a atividade cerebral é semelhante àquela de estar acordado.

Os períodos de R.E.M., são curtos no começo da noite, e longos ao final do período do sono, alem de que, a sua quantidade relativa diminui com a idade, de forma que, um bebê dorme mais de 80% do tempo em sono REM; enquanto uma pessoa de mais de 70 anos, como eu, dorme menos de 10%.

Acho, que é porisso, que encontro tantos amigos, acordados na madrugada, por conta de algum “pesadelo”, e se valem do ZAP, para “fazer hora” até se levantar.

Uma coisa que não tem muito a ver, com a minha história, mas, como é uma curiosidade, eu vou falar: é que o sono REM, só é conhecido em mamíferos, ao contrário do sono “Não-Rem”, que existe na maioria dos animais.

É o que dizem os escritos.

COISA QUE A GENTE NÃO QUER COMO NOSSA

Nelson Freire tem me cobrado, artigos para publicar no seu Blog, e eu digo: “estou sem “criatividade” ou “sem paciência de escrever”, por conta de ter que atender coisas absurdas.

Refiro-me ao malogrado experimento, de ter, pela primeira vez na vida, alugado um imóvel para morar.

Aluguei um apartamento através da firma CAIO FERNANDES, que, pela propaganda, contava com a minha credibilidade.

Ledo engano.

O apartamento, imundo de pé a ponta, piso sujo de tinta, armários “inchados”, dobradiças enferrujadas e, obviamente, portas de armários sem fechar corretamente.

As luminárias, todas elas enferrujadas e seus fios isolados com plástico, eram um verdadeiro perigo de morte, até, para uma simples troca de lâmpada.

Fiz registro fotográfico desse perigoso item, comuniquei que faria a substituição das luminárias, procedi a compra de spots, mandei executar os serviços, e, embora fosse um caso que trazia riscos, simplesmente, não me ressarciram as despesas.

Já foi um mau começo.

Os corretores, muito amáveis, ao “venderem” o aluguel do imóvel, concordaram que as condições dele eram “precárias”, admitiram que o mesmo estava abandonado, há tempos, e eu, confiando na honestidade da empresa, não registrei fotograficamente às demais condições apresentadas e, muito menos, acrescentei minhas considerações negativas ao relatório que me foi apresentado, confiando no testemunho dos corretores.

É de se perguntar: e por que danado você alugou essa porcaria?

Coisas de momento. Responderia.

Tendo iniciado o contrato nos primeiros meses deste ano de 2021, durante grande parte do tempo, não utilizei o apartamento, por estar, praticamente, morando em Monte das Gameleiras, e neste mês de setembro, resolvi sair dele, me mudar.

Na hora de entregar o imóvel, me obrigaram a fazer do apartamento velho, um apartamento novo: pintar paredes e portas, trocar uma pia velha rachada por uma nova, transformar armários velhos em novos, e por aí vai.

Mas, na vida, também valem as experiências ruins, e hoje, posso afirmar: se quer arranjar problemas, contrate aluguel de imóvel com a CAIO FERNANDES.

Se quiser arranjar irritação, discuta com a pessoa do “Setor de Finalização”, que não sei se é senhora ou senhorita, porém, mais parece um oficial nazista, pela sua irascibilidade.

Argumentos contrários aos dela, simplesmente, para ela, não valem.

Nem diria ser característica das mulheres feias, pois conheço muitas feias, que são tratáveis e simpáticas.

Se você for alugar um imóvel através da CAIO FERNANDES, tenha cuidado.

Depois dessa, somente me refugiar no Sítio Lagoa Velha, que é solução melhor do que ser atendido por um cardiologista.

COISAS DOS MEUS FILHOS – COISAS QUE SÃO COISAS NOSSAS,

Flávio e Flávia, são os nomes deles.

Veja bem. Alguém, que não me lembro quem, por ter pouca importância, certo dia, me criticou pela falta de criatividade, segundo ela, por ter nominado os meus dois filhos, de forma tão igual, como se fosse importante, colocar nomes de personalidades, ditas ilustres, ou até de figuras mitológicas.

Porém, uma coisa é verdadeira. Com ou sem criatividade ao nomina-los, os meus filhos, são o orgulho que tenho da minha vida.

Lembrando da música, se eu morresse amanhã, morreria feliz por ter tido os filhos que tenho, e mais ainda, por ter sido possível reencontrá-los, e poder comemorar, com eles, a minha atual felicidade.

Hoje, nas nossas reuniões, rememoramos, com alegria, fatos pitorescos, zombamos dos que não foram, e projetamos alegrias futuras.

Enfim, vivemos de bem com a vida.

Simples assim.

Flávio e Flávia, são seres dotados de alta capacidade de trabalhar, viver e conviver, com sabedoria, e antes de mais nada, com competência de se fazer respeitar, sendo corretos no tratar e amigos na convivência.

Esses são meus filhos, a quem resolvi dedicar esse artigo, nessa época do ano, em que eles aniversariam.

Muito me orgulho deles, pois, por onde ando, escuto: Flávio Henrique, “Flávio Teco”, um dos seus apelidos, pela sua “expertise” de surfar, é um cara legal para brincar, eficiente nas atividades laborais, e é uma pessoa confiável e cumpridor de responsabilidades.

As histórias que me contam dele, só me deixam feliz, pelo seu comportamento integro.

Flávia Regina, que sempre é tratada, carinhosamente, como “Flavinha”, é um exemplo de eficiência e correção. Tudo o que faz, tem que ser perfeito, e isso se traduz pelos seguidos prêmios que recebe, por conta de suas bem cumpridas atividades profissionais.

Não teriam eles, tais características, não fosse a dedicação prestada pela sua mãe, quando de sua educação doméstica, que hoje, os comunistas pretendem desvalorizar, e, graças à Deus, não estão conseguindo, de todo, o intento.

Quanto a mim, não foram falhos, os meus ensinamentos. Normalmente, procuro transmitir meus conhecimentos aos que deles precisam, e também receber informações e aprender, pois ninguém é dono da verdade e do saber.

Assim, também o fiz com os meus filhos, nos momentos que as atribulações de minha vida profissional, permitiam.

Hoje, penso: deveria ter dispensado mais tempo. Mas, isso é passado. Agora, só temos o “pra frente”.

Lembro de uma constatação de Flávio Henrique, ainda muito criança: “painho, sabe tudo”, ao me ouvir explicar coisas, para ele, desconhecidas e talvez, até, ainda não muito bem compreendidas, mesmo depois das explicações.

COISAS NOSSAS DO SÍTIO LAGOA VELHA

Flávio e Flávia, resolveram construir a Pousada Lagoa Velha, no terreno que leva esse nome, por mim adquirido para eles, e com o dinheiro deles, situado em Monte das Gameleiras, na região da Chapada da Borborema Potiguar, da qual sou fanático admirador.

Um pouco da história familiar.

Criei meus filhos num regime de confiança e companheirismo, procurando fugir das formas autoritárias, de antigamente.

Isso, não dispensou a rigidez do comportamento, e, assim, sempre discutimos as soluções, nem sempre aceitas de pronto, mas concluídas de forma consensual.

Assim sendo, também levei informações para eles, procurando ensinar-lhes, a melhor forma de tratar com as coisas da vida, onde princípios e comportamentos deveriam formar o caráter, pois, “as virtudes éticas nascem do habito”, e assim ensinava Aristóteles, em Ética à Nicômaco: “é fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”.

Ao se tornarem herdeiros, por morte da sua mãe, eu combinei que iria administrar as partes de suas heranças, e adquiri as áreas, que hoje constituem o que ficou denominado, “Sítio Lagoa Velha”.

Se, de alguma maneira, gastei mal o que me pertencia, com certeza não o fiz com a parte que lhes cabia. Na nossa concepção, isso não poderia ser permitido.

Duas coisas na vida, representam e caracterizam, o bom caráter: a confiança e a gratidão.

Isso, eles tem “de sobra”.

Existe uma história, que é contada para representar a natureza humana, quando se trata de “brigar” por dinheiro.

Fala-se, que numa conversa, determinada pessoa elogiava a união de uma família, quando um dos circunstantes falou: já dividiram herança?

Isso, para dizer que a ganância afasta até os mais unidos.

Pois bem. Pela confiança que nós temos, sem que fosse necessário qualquer documento, administrei o dinheiro deles, sou o administrador “Sitio Lagoa Velha”, e é lá, que pretendo viver os últimos tempos da minha vida.

Ter a exata medida para avaliar os problemas que se nos apresentam, avaliar as nossas reações, bem como as suas consequências, não é fácil.

Ainda recorrendo a Aristóteles e ao seu desafio: “qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão certa, e da maneira certa – isso não é fácil”.

No entanto, a superação, faz parte das nossas coisas, que muitos não conhecem.

Quanto a Pousada Lagoa Velha, é esperar para ver.

COISAS NOSSAS QUE EXPEDITO CONHECE

Após resolver o problema com a imobiliária, me recolhi no Sítio Lagoa Velha, e pude dormir e até sonhar com essas coisas que aqui vão postas.

Quando abri os olhos, depois de uma noite bem dormida, escutei Niel gritando, “ói o leíte”, pois, já quase que passava da hora de ir para o curral tomar leite cru com conhaque.

Também já foi avisando: Uedo, que é o “mestre de obras”, chegou, e já vai continuar com os serviços da alvenaria.

Veja bem como são as coisas da vida.

Saindo de uma situação surreal, me encontro numa realidade palpável e tranquila.

Pra completar, Expedito me liga, pela manhã, e vai logo perguntando por Flávio e Flávia, que conheceu crianças, na Fazenda Alvorada.

Eu falo: Expedito, estão mais juntos de mim do que nunca.

São o meu apoio nesse final de vida, e junto com os meus netos, me dão a alegria de viver.

Ora Dotô num tem cumo dá erado. Os insinamento, qui o sinhô deu, a educação prá tratá us outro e a orientação pru trabalho desde cedo, feis a educação dessis minino.

Só pudia dá certo.

Mim alembro qui lá na Fazenda Alvorada, Dona Salete, cum aquela educação dela, dava as ordes, pois tudo tinha qui sê organizado, e ái de quem disobedecesse.

Só qui o Dotô era um meio disobidiente, mais ela cumpriendia, purquê são coisa di casal qui si dá bem. Esse povo qui num sabe vivê, é qui fais confusão pur tudo.

Isso, eu cunheço muito bem.

Sim, Dotô, mudando di açunto. Mim dê notiça de Ivinho. Ô cara bom de conversa!

E Dotô Ivan, seu cunhado, qui toca um violão “amuado”?

Dotô João, tombem mim dê notiça dele.

Mim diga como vai esse pessoá todo.

Olha Expedito, João Ferreira, Deus, recentemente, lhe levou. Estava precisando dele lá pelo céu.

Ivinho toma umas cachaças comigo, vez por outra e Ivan, está sem tocar violão, pois anda com uns probleminhas de saúde.

Apois tá certo. Uma reza prá Dotô João e um abraço prus outro.

Ói Dotô. Num seio o purquê amanheci mi alembrando de Flávio e Flávia, e arresolvi telefoná prá sabê notiça.

Num deixe de dizê isso prá eles.

Num é pur esse tempo, qui eles fais aniversáro?

É Expedito. Flávio no início de outubro e Flávia no início de novembro. Foram feitos quase no mesmo tempo do ano.

Fale prá elis, qui, si Deus quizé, ano qui vem vamo cumê canjica e pamonha, aqui no sitio, pois as isperiença diz qui vai sê bom di inverno.

Deus lhe ouça, Expedito, pois esse ano, aqui para o Sítio Lagoa Velha, o negócio foi “ruim pra bebel”.

Prá quem Dotô?

Ninguém que você conheça, Expedito. É uma maneira de falar. Nem eu sei se isso existe.

Tá certo.

Ói Dotô, ou dois minino bom, essis seu.

Pareci qui inda tô vendo, Flavio cumeçando a aprendê a corrê atrais dos boi, lá no paitio, e Flavia montada naquela poine qui o sinhô trove das Mina Gerais, prá ela.

Tempo bom Dotô.

Agora, qui eu já sôbe das notiça, vou cuidar na vida, pois a minha cumadre, aqui vizinha, feis um bolo preto e mim chamô pra lanxá.

Inté a próxima, Dotô.

Expedito, antes de desligar, como é de sua mania, fala: taí. Hoje, o homi tá é feliz.

Quando ele fala nesses filho dele, parece um rico, qui rí a tôa.

 

 

 

Antonio José Ferreira de Melo – Economista,  [email protected]

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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