ISSO É FEIO! –

Coisa feira! Foi o que escutei de uma jovem mãe dizendo para a garotinha que brincava na piscina infantil. Sentado sob a cobertura do deck, voltei meu olhar para tal demanda procurando perceber o que era tão feio, a ponto de despertar minha curiosidade.

Dali nada percebi. Mudei a posição da cadeira, para, de outro ângulo, buscar um novo referencial que auxiliasse uma análise mais contundente de um fato tão banal.

Lembrei José Saramago, que recomendava sempre “dar a volta a torre” toda vez que tivéssemos de emitir um parecer sobre algo. Um novo olhar. Uma nova tomada de posição que embasasse “a” ou “quase” certeza, com mais segurança.

Nada descoberto. Mesmo porque dificilmente me ateria a algo feio em uma criança, qualquer que fosse sua atitude. Acredito que uma criança tem melhor aproveitamento educacional, quando utilizamos sempre expressões positivas.

Passei então a refletir o que seria feio em nossa vida de adulto.

Não foi difícil ter a mente transbordada de situações assim, até porque somos submetidos a ver, ouvir, falar e fazer “coisas” feias constantemente.

No entanto, abre-se nova frente de discussão, pois o feio para mim pode não ser para você.

É certo que com o passar do tempo, cada um de nós, temos nossa lista de atitudes que divergem do diapasão dito “padrão”, inseridos, vividos e assimilados em nossa formação educacional – familiar, religiosa e escolar.

Parto então para outro pressuposto aprendido de lições paternas: “saiba entrar e sair com dignidade de todo e qualquer ambiente”. Isso entendo e pratico, a partir de uma dessas atitudes, chamada de “respeito” – próprio e com o outro.

Respeitar o outro principalmente em suas divergências de opiniões, de suas diferenças de toda ordem e, da convicção que todo ser evolui com o caminhar em trilhas abertas e decisões tomadas na vida.

Esse evoluir não quer dizer que é evoluir conforme o “seu” modelo, mas no sentido pessoal. Aprendizado. O custo desse aprendizado é e será cobrado conforme nos despusermos a pagar o preço da experiência positiva ou negativa.

Afinal o que é feio?

Recorro a minha “lista” e no primeiro item, feio é:  -Não amar a Deus sobre todas as coisas.

Segue-se,

-Não perceber a porção divina acolhida na porção humana.

-Não “amparar” os idosos em todas as suas necessidades.

-Não promover meios para que todas as crianças brinquem, comam, tenham saúde, educação permanente, emprego futuro e renda para formar famílias saudáveis.

-Não administrar os recursos públicos com propósitos exclusivos de servir ao bem comum que a sociedade espera.

-Não compartilhar amor e compreensão com o próximo.

-Não honrar nossos pais, avós e professores.

Ufa… A lista é grande. Portanto, fico nesses.

Sim. Possuímos também uma lista com tudo aquilo que é bonito e que ela é bem mais extensa.

Peraí. Deixe eu consultar a minha. Hum…

Na primeira linha encontro o que há de mais bonito: você!

Nela é comum “ser grato”.

Eu sou grato àquela menininha que foi alertada por sua mamãe.

Ela me fez pensar.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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