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Os fãs de ficção científica e super-heróis ganharam um presente e tanto este mês, o filme Os Guardiões das Galáxias. O longa da Marvel Studios é baseado em uma série oitentista de quadrinhos da Marvel. O filme estrelado por Zoë Sandana, Chris Pratt e Vin Disel (que empresta sua voz ao personagem Groot) vem sendo muito bem aceito por público e crítica especializada. Os Guardiões das Galáxias vale a pena ser visto por conta dos bons diálogos e da trilha sonora. Ah, também estão lá protocolares explosões, perseguições e outros efeitos essenciais nos bons filmes de ficção-científica, mas tudo em sua medida, sem exageros.

O longa baseado na HQ de mesmo nome narra a trajetória do aventureiro espacial Peter Quill (Pratt). Ele é caçado por vilões, após roubar um item que pode destruir o universo. O rapaz boa pinta e engraçado tem a companhia do guaxinim atirador Rocket (voz de Bradley Cooper); da árvore mutante Groot (voz de Vin Diesel); da orfã ex-má e jogo duro Gamora (Zoe Saldana); e do fortão vermelho e vingativo Drax, destruidor interpretado pelo lutador Dave Bautista. Entre conflitos e reconciliações, eles se tornam bons companheiros e porque não dizer até amigos.

Os cinco guardiões contam com um belo elenco de apoio. Benicio Del Toro aparece por poucos minutos, mas convence na pele de um excêntrico colecionador. Michael Rooker tem mais tempo para mostrar serviço como o mercenário Yondu Udonta, chefe de Quill. Mais apagadinhos, Glenn Close, Djimon Hounsou, John C. Reilly e Lee Pace completam o time.

A trilha tem mais força do que eles, com canções pop pegajosas que ecoam do walkman de Quill, sua maior ligação com a Terra e com sua falecida mãe. Ao som de “I’m Not in Love”, “Hooked on a Feeling”, “Escape (The Pina Colada Song)” e “Cherry Bomb”, a Marvel mostra força com uma das melhores estreias de heróis dos últimos anos.

Com uma relação com o universo cinematográfico Marvel, Os Guardiões da Galáxia tem bastante coisas em comum com duas criações do diretor George Lucas, Indiana Jones e Star Wars. Do primeiro, repete quase integralmente a sequência de abertura. Do épico espacial, divide especialmente características de personagens: há o grandalhão forte e ininteligível pelo público (Groot, que lembra o fiel escudeiro de Han Solo, o wookie Chewbacca, voz de Vin Diesel), a princesa durona (Leia/Gamora, Zoë Saldana), o guaxinim baixinho ser cheio de recursos (R2D2/Rocket Raccoon, voz de Bradley Cooper) e o anti-herói cheio de charme, uma nave bacana e humor fora de hora (Han Solo/Peter Quill, Chris Pratt). O gigante vermelho, Drax (Dave Bautista), por sua vez, é o arquetípico “músculos”, sem o qual equipe nenhuma sobreviveu nos quadrinhos. Todos eles, no entanto, vão muito além da imitação, encarnando individualmente vários tipos de comédia (o físico, o autodepreciativo, o de bordões). A mistura não poderia ter dado mais certo. Cada um encanta à sua maneira – em uma história que, se não reinventa a roda e se apressa em alguns momentos, ao menos é redonda quase à perfeição.

Confiante, antes mesmo do lançamento, o estúdio, que vive uma verdadeira Era de Ouro nas telas – já tendo colocado seis filmes entre as 100 maiores bilheterias de todos os tempos -, já até anunciou uma continuação, prova de que não está receoso em apostar alto. O sucesso de Guardiões da Galáxia deve abrir as portas agora para personagens ainda mais curiosos, explorando esferas ainda mais escondidas desse universo, e também para uma maior integração desses personagens com os já conhecidos do grande público. Resta saber como algo tão cômico vai integrar-se com os normalmente mais convencionais e equilibrados filmes de ação do estúdio.

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Leila de Melo  – jornalista, crítica de cinema e diretora do blog Ponto de Vista –[email protected]

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