POR CAUSA DA CACHAÇA – Violante Pimentel

POR CAUSA DA CACHAÇA –  “Cada terra tem seu uso; cada roca tem seu fuso.” A cachaça, hóspede dos negros africanos, destronou todos os vinhos tomados costumeiramente. Cada povo tem sua bebida preferida. No Brasil, apesar de já ter sido muito discriminada, a cachaça concorre, hoje, com qualquer bebida tradicional. É tão popular, quanto o […]

ADÃO E EVA – Violante Pimentel

ADÃO E EVA – Useira e vezeira em perguntas inconvenientes, Cesarina se destacava, na sociedade em que vivia, pela curiosidade e impertinência de suas perguntas. Isso fazia com que seu submisso marido, Astrogildo, distinto professor de Português, se arrolhasse de vergonha. As rodas sociais, que ela frequentava se dissolviam, rapidamente, em virtude de suas conversas, […]

GIGOLÔ – Violante Pimentel

GIGOLÔ – Gigolô, vocábulo de etimologia francesa, é uma antiga denominação, atribuída a homens, que vivem às custas de mulheres, independentes financeiramente, ou sustentadas por maridos ricos ou amantes. Aceitam presentes caros e dinheiro dessas mulheres, e, em contrapartida, lhes prestam favores de alcova. Geralmente, são homens jovens e bem-apessoados; inimigos do trabalho, com invejável […]

A CONFISSÃO – Violante Pimentel

A CONFISSÃO – Chegou aos ouvidos do Padre Cipriano que a sua Paróquia, protegida por Nossa Senhora dos Aflitos, estava com a vizinhança “minada”, ou seja, comprometida, com a degeneração dos costumes. Por perto, agora, havia “casas de recurso”, ou cabarés. Uma vez por outra, algumas prostitutas apareciam na Igreja, distraindo os fiéis. A notícia […]

AS GATAS – Violante Pimentel

AS GATAS – Uma gata branca, da raça Angorá, com um olho verde e o outro azul, entrou em nossa casa, em Nova-Cruz (RN), por livre e espontânea vontade, e lá ficou. Bem acolhida pela minha mãe, recebeu o nome de Vélvete, Passou a fazer companhia a Verinha, outra gata branca, da mesma raça, que […]

OS LENÇÓIS – Violante Pimentel

OS LENÇÓIS – Na sua venda, que na verdade era um armazém de Secos e Molhados, Francisco, meu pai, vendia em grosso e a varejo. No grande depósito, entre diversas mercadorias, ele estocava açúcar da Usina “Estivas”, comprado em sacas de 60 quilos, feitas de tecido de algodão rústico. À medida que o açúcar ia […]

O BRINQUEDO – Violante Pimentel

O BRINQUEDO – Paulina, uma menina de 5 anos de idade, perde os pais e o seu cachorrinho de estimação, em um ataque aéreo sobre a França, quando fugiam de Paris, ocupada pelos nazistas, durante a Segunda Guerra. Ao se perder do grupo de refugiados, a órfã, completamente desvairada, vagando pelo campo e levando nos […]

VERDES VALES – Violante Pimentel

VERDES VALES – No começo do século XX, no pequeno vilarejo “Verdes Vales”, onde morava, Toni, um trabalhador de mina de carvão, agora com mais de cinquenta anos, em lágrimas, se preparava para deixar sua terra natal para sempre. Sentia-se decepcionado com a vida, pois todas as pessoas que conheceu e amou estavam mortas ou […]

“FAZER PINTO” – Violante Pimentel

“FAZER PINTO” –  Nasci e me criei em Nova-Cruz (RN) e sempre ouvi este termo, extraído da sabedoria popular, “fazer pinto”. Significava furto pequeno de dinheiro, quase sempre feito por filhos, que queriam comprar alguma coisa e os pais não concordavam. Quando os pais notavam que tinham sido lesados, os filhos eram punidos com carões […]

FARRAPO – Violante Pimentel

FARRAPO – Ele era um garoto órfão de pai e mãe, criado “como Deus criou batatas”. Praticamente, era mantido pela caridade pública. Seu almoço era um pedaço de pão, que alguém sempre lhe dava. Suas roupas eram verdadeiros farrapos, dados por alguma alma caridosa. Seu nome de batismo era João Batista, mas nem ele mesmo […]

LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA E JUVENTUDE – Violante Pimentel

LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA E JUVENTUDE – Todos os anos, quando chega a Semana Santa, sinto uma saudade imensa da minha infância e juventude em Nova-Cruz, que, para mim, será sempre a minha “aldeia”. A Nova-Cruz, de um tempo em que a maldade não tinha nascido, e quando a vida era um doce mel, com […]

“COCO VELHO É QUE DÁ AZEITE…” – Violante Pimentel

“COCO VELHO É QUE DÁ AZEITE…” – A sabedoria popular é rica em adágios, que mexem com pessoas que já dobraram o “cabo da boa esperança” e estão na “pior” idade. Em contrapartida, os velhos revidam os gracejos, afirmando com convicção: “Coco velho é que dá azeite”; “A cavalo velho, capim novo”; “À égua velha, […]

A MODINHA – Violante Pimentel

A MODINHA –  A música, assim como o circo, é o pão que alimenta o pensamento do povo, ajudando-o a esquecer, mesmo por alguns momentos, as agruras da vida, e renovando-lhe a esperança de um futuro melhor. Desde criança, aos três ou quatro anos de idade, me apaixonei pelas “modinhas”, com que minha mãe me […]

TIA CARMEN – Violante Pimentel

TIA CARMEN – Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro, possui uma posição estratégica geográfica global muito importante. Este fato concorreu para que fosse escolhida, durante a Segunda Guerra Mundial, para receber as duas principais bases militares americanas: a Base Naval e Parnamirim Field. A cidade recebeu um contingente de […]

O VALOR QUE O NOME TEM… – Violante Pimentel

O VALOR QUE O NOME TEM… – Meu saudoso tio Paulo Bezerra, um verdadeiro “sábio” nova-cruzense, com a mente cheia de ideias empreendedoras, mas de poucas posses, dizia sempre: “QUEM TEM DE TER, TEM QUE SE DANA. MAS QUEM NÃO TEM DE TER, SE DANA E NÃO TEM.” Pois bem. Joaquim, um português trabalhador e […]

EM ALGUM LUGAR … – Violante Pimentel

EM ALGUM LUGAR … –  Em plena Pandemia do Covid-19, Manoel, um homem revoltado com a paranoia funerária e a roubalheira do dinheiro público, estava numa calçada, conversando com um amigo, lamentando a situação em que os brasileiros estão vivendo: -Na Democracia, o governo, legitimamente eleito pelo povo, é quem governa. Mas, no Brasil, o […]

O COLAR DE DIAMANTES – Violante Pimentel

O COLAR DE DIAMANTES – Entre o sublime e o ridículo, não há mais do que um passo; e esse passo, Maria Antonieta dançou durante toda a vida. Um colar de diamantes, muito valioso, que dois joalheiros, Boehmer e Bassenge, haviam feito na época de Luiz XV, terminou sobrando, não por falta de beleza, mas […]

MÁSCARA NEGRA – Violante Pimentel

MÁSCARA NEGRA – “Quanto riso! Oh! quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão. Arlequim está chorando Pelo amor da Colombina No meio da multidão……….” A festa profana mais bonita do Brasil é o Carnaval. Festejado por ricos e pobres, é diferente das festas de Natal e Ano Novo, que somente os ricos podem festejar. […]

MARIA ANTONIETA – Violante Pimentel

MARIA ANTONIETA – Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena nasceu em 2 de novembro em 1755. Nascida Arquiduquesa da Áustria, Maria Antonieta era filha do Imperador Francisco I, do Sacro Império Romano-Germânico, e da Imperatriz Maria Teresa da Áustria. Nascida na corte vienense, recebeu a educação habitual das arquiduquesas austríacas. Estudou música, etiqueta, dança e […]

ESTACIONAMENTO PROIBIDO – Violante Pimentel

ESTACIONAMENTO PROIBIDO – Há anos, Josivaldo, profissão CD (come e dorme) e “filhinho do papai”, estacionou o carro em local proibido. Um Guarda de Trânsito aproximou-se, de prancheta na mão, e exigiu-lhe a apresentação da Carteira de Habilitação e os documentos do carro. Visivelmente alcoolizado, Josivaldo negou-se a atender ao pedido, mostrando-se ofendido e dizendo […]