CADÊ A AUTOESTIMA QUE EU DEIXEI AQUI? –

Vamos começar esclarecendo uma coisa: autoestima não é prepotência, arrogância ou soberba. Autoestima é, tão somente, amor próprio. É respeitar-se antes de qualquer coisa. É cuidar e querer bem a si mesmo, sem pedir opinião. É, conforme o mandamento cristão, “amar ao próximo como a si mesmo”.

Tem uma boa (ou alta) autoestima, quem se valoriza, se ama e se resguarda. Amar a si nada mais é que conhecer suas qualidades, obedecer a seus limites, aprendendo a ultrapassá-los sem ultrapassar a si. Aquele que se tem em boa conta, que possui consideração por si, por suas preferências e opiniões, aquele que não reprime seus princípios e que sabe fazer com que os outros sigam estas orientações é senhor de sua vida, conhece e aplica a autoestima.

Existem, porém, pessoas que não dão valor algum a seus esforços, que ignoram suas prioridades e afogam suas ideias. Essas pessoas vivem abaixo de si mesmas, descontentes, inconformadas e insatisfeitas. Não há realizações em suas vidas. Não há perfeição. Tais criaturas consideram-se indignas do que quer que seja. Consideram-se devedoras de tudo de bom que recebem da vida e merecedoras de todas as adversidades que lhes acometem.

Lastimável. Vivemos numa terra rica de oportunidades, de lições e de valores, mas muitos não conseguem perceber as chances que lhe são dadas, muitos ignoram os ensinamentos e fecham os olhos diante do espelho, perdendo, com isso, a beleza do próprio reflexo, sob a desculpa de que não querem ver a feiura e, tal como o patinho feio da fábula, tem pena de si mesmo e teme encarar a verdade, mesmo sem conhecê-la.

Já é dito, há muito tempo: “se você não se ama, quem vai amar você?” As pessoas devem aprender a perdoar, valorizar e amar a si, antes de dedicar tais sentimentos ao próximo, sob o risco de perder a intensidade dessas emoções, pois não a conhecem por completo.

 

 

Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada ([email protected])

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