As buscas pelos detentos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, entram no 15º dia nesta quarta-feira (27). Ao todo, mais de 600 agentes de segurança atuam de forma integrada na operação para tentar recapturar os foragidos. São policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional.

A dupla fugiu da unidade prisional há duas semanas, em 14 de fevereiro. Foi a primeira fuga registrada na história do sistema prisional federal, criado em 2006.

As buscas se concentram desde o primeiro dia nas áreas rurais entre as cidades de Mossoró e Baraúna, que são ligadas pela RN-015, onde fica o presídio. A área também é divisa do estado com o Ceará, outro trecho monitorado pelas autoridades.

Os investigadores entendem que os fugitivos permanecem nessa região, após pistas deixadas ao longo dos dias de buscas, como a invasão a duas casas, e a descoberta de uma chácara usada pelos criminosos como esconderijo – o dono do local foi preso suspeito de auxiliar na fuga.

Além dos agentes de segurança, as buscas são feitas com a utilização de drones com sensores térmicos, cães farejadores, helicópteros e outros aparelhos tecnológicos sofisticados.

A procura é dificultada pelo território onde a polícia acredita que estão os foragidos, já que o trecho tem mata fechada, cavernas e animais peçonhentos.

No sábado (24) a Polícia Federal anunciou uma recompensa de até R$ 30 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro dos fugitivos. Os canais para dar informações são:

  • ligar para o Disque-Denúncia, através do telefone 181;
  • entrar em contato pelo WhatsApp através do número (84) 98132-6057;
  • enviar e-mail para [email protected];
  • acessar o app Segurança Cidadã, do governo do RN.

Cronologia da fuga

14 de fevereiro:

  • Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró durante a madrugada. Os dois estavam em celas separadas, mas fugiram juntos por volta das 3h. Eles saíram das celas após retirarem as luminárias – usando barras de ferro – e acessarem o ‘shaft’, espaço por onde passam dutos e rede elétrica, que dava acesso ao teto do presídio. Depois de descerem para a área externa, cortaram a cerca do presídio com um alicate, que as investigações apontaram que era de uma obra que ocorria na unidade.
  • O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afastou o diretor do presídio e nomeou um interventor.
  • Os fugitivos invadiram, entre 18h e 21h do mesmo dia, uma propriedade rural a cerca de 7 km da penitenciária, de onde foram furtadas camisas de várias cores, além de tênis e objetos pessoais.

15 de fevereiro:

  • O Ministério da Justiça e Segurança Pública nomeou o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires como diretor interino da unidade, e suspendeu as visitas e banhos de sol nos cinco presídios federais do país.
  • As polícias Federal e Rodoviária Federal enviaram forças especiais para auxiliar nas buscas.

 

16 de fevereiro:

  • Uma camiseta do uniforme da Penitenciária Federal foi encontrada na zona rural de Mossoró. No mesmo local, estavam uma outra camiseta e também um lençol que havia sido roubado da casa arrombada na noite do dia 14.
  • Os nomes e fotos dos foragidos entraram na lista de procurados da Interpol.
  • Durante a noite, os fugitivos invadiram uma casa em Riacho Grande, na zona rural de Mossoró, a 3 km da penitenciária, fizeram uma família refém e roubaram dois celulares. Uma reportagem do g1 mostrou que os policiais passaram pela rua onde fica a casa e estiveram a poucos metros dos fugitivos neste dia.

17 de fevereiro:

  • A polícia localizou sinal de celulares roubados pelos fugitivos na divisa do Rio Grande do Norte com o o Ceará.

 

18 de fevereiro:

  • O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, desembarcou em Mossoró, onde a força-tarefa para as buscas está concentrada. Ele disse que a fuga foi um problema localizado.
  • Em entrevista coletiva na Etiópia, o presidente Lula foi questionado sobre a fuga e disse que ‘parece que teve a conivência de alguém do sistema’ no episódio.

20 de fevereiro:

  • A corregedora do sistema prisional afastou quatro diretores responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração da Penitenciária Federal de Mossoró.

21 de fevereiro:

  • O Ministério da Justiça autorizou o uso da Força Penal Nacional para o reforço da segurança externa da Penitenciária Federal de Mossoró.
  • A força-tarefa reforçou a linha de investigação que aponta que os fugitivos permaneciam na região, sem conseguir sair do cerco, mas que esperavam “a poeira baixar” para poder continuar com a fuga.
  • Barras de ferro começaram a ser instaladas em luminárias nas celas da Penitenciária Federal de Mossoró.

 

22 de fevereiro:

  • Três pessoas foram presas por suspeita de ajudarem detentos de Mossoró após fuga de prisão – duas prisões foram no Rio Grande do Norte e uma no Ceará. Foram as primeiras prisões relacionadas à operação de busca pelos fugitivos.

 

23 de fevereiro:

  • A Força Nacional chegou a Mossoró – com cerca de 100 agentes – para reforçar as buscas pelos fugitivos.
  • O irmão de Deibson Nascimento, um dos fugitivos, foi preso no Acre. A prisão ocorreu como desdobramento da operação em busca dos foragidos.

 

24 de fevereiro:

  • A força-tarefa encontrou um esconderijo que estava sendo usado pelos criminosos em uma área de mata. Os investigadores acreditam que eles ficaram no local do dia 17 até o dia 23, um dia antes da chegada dos policiais. Na propriedade foram encontradas embalagens de comida, lona e até um facão. O local fica a 30 quilômetros da Penitenciária Federal de Mossoró, já próximo à divisa do RN com o CE.
  • A Polícia Federal anunciou recompensa de até R$ 30 mil por informações sobre fugitivos.

25 de fevereiro:

  • O dono da chácara onde os fugitivos teriam se escondido foi preso. Ele teria recebido R$ 5 mil para esconder os foragidos.
  • A força-tarefa encontrou, em uma trilha na área do cerco policial, um celular que teria sido usado pelos fugitivos. O aparelho foi roubado de um morador de Baraúna no dia 22 de fevereiro. O celular encontrado estava no meio da lama, muito sujo e sem o chip, e as investigações apontam que o aparelho havia sido usado recentemente.

26 de fevereiro:

  • A Força Penal Nacional chegou a Mossoró, com uma equipe de 50 profissionais, para reforçar segurança da penitenciária federal e promover treinamentos com a equipe da unidade.

27 de fevereiro:

  • O dono da casa usada como esconderijo pelos fugitivos passou por audiência de custódia. A Justiça determinou prisão preventiva dele.

 

 

 

 

Fonte: G1RN

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