BURUNGA –
Cada vez que leio uma noticia de falecimento de um ex-jogador de futebol da terrinha, me vem à lembrança do amigo jornalista Everaldo Lopes.
A sua coluna esportiva editada diariamente em jornal da cidade, era quem primeiro noticiava.
Hoje, me deparo na minha leitura matinal na coluna do amigo jornalista Rubens Lemos Filho ( Rubinho), com a noticia da morte de Burunga.
Senti tristeza; me comovi. Recordações logo me vieram, remexendo e retorcendo a minha mente. Revejo-o em plena ação no centenário Estádio Juvenal Lamartine (JL), muitas delas em confronto direto (ABC X Alecrim), em disputas acirradas e envolventes no campeonato de futebol da cidade.
Jogador oriundo da Paraíba, de baixa estatura, rápido, aguerrido e valente; “não abria nem para um trem carregado de piabas”; difícil de ser marcado; goleador; com uma peculiaridade toda sua: o seu gol de voleio, não visto hoje em um futebol de jogadores bilionários. Não aceitava derrotas de hipóteses alguma, até mesmo nos treinos.
Fui, por muitas vezes, seu adversário no campo de jogo, atuando pela briosa equipe do Alecrim Futebol Clube, na década de 60. Disputadas pelejas! Bons duelos!
Chegou a atuar também no Alecrim e América, sempre exibindo a sua garra e muita determinação dentro das quatro linhas do gramado.
Tempos depois, fui encontrá-lo no bairro da Ribeiro, onde tinha o seu comércio de reciclados. Conversarmos e relembramos os nossos duros embates no JL. Velhos tempos, belos dias.
Hoje, com a sua viagem derradeira, as lembranças vieram à tona e me vi diante daqueles momentos de empolgantes confrontos que travamos no lendário JL; a saudade me envolveu de emoção, o meu coração acelerou e bateu mais forte. A tristeza me abraçou e tentou me consolar.
Vai com Deus, e de voleio, meu querido, valente e eficiente ponteiro Burunga.
Berilo de Castro – Médico e Escritor, [email protected]