Atividade econômica em queda, renda corroída pela inflação, aumento do desemprego e redução de investimentos das empresas levaram a um menor ritmo de crescimento das operações de crédito no país. De acordo com dados do Banco Central (BC), o saldo das operações de crédito no país chegou a R$ 3,102 trilhões, em junho, com crescimento de 0,6% no mês e de 9,8% em 12 meses. No primeiro semestre deste ano, a expansão ficou em 2,8% contra o crescimento de 4,2% em igual período de 2014.

Para o ano, a projeção do BC para a expansão do crédito é 9%. No ano passado, o crescimento chegou a 11,2%. Segundo o BC, a desaceleração está relacionada ao aumento de taxas de juros, influenciadas pelo ciclo de alta da taxa básica (Selic) e à contenção da demanda por consumo e investimentos.

Além desses dois fatores, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, acrescenta que a moderação do crédito é “uma tendência natural” porque anteriormente, por volta de 2002, o saldo dos empréstimos era baixo e houve um período de grande expansão das operações desde então. “Saímos de uma base baixa. À medida que a base se expande, é natural que as taxas de crescimento sejam menores ano a ano. E, especificamente neste ano, existem fatores determinantes que são a própria dinâmica da economia e a taxa de juros”, disse.

Maciel citou ainda a expansão do crédito no primeiro semestre do ano, que segundo ele, costuma ser menor do que a do segundo. “É questão do próprio dinamismo da economia”, acrescentou.

Mesmo com o crédito mais caro, economia, emprego e renda em queda, a inadimplência mostra estabilidade. Em junho, a inadimplência das famílias (pessoas físicas) – considerados atrasos superiores a 90 dias – ficou estável de maio para junho em 5,4%. Também ficou estável a inadimplência das empresas em 3,9%.

Fonte: Agência do Brasil

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