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Em operação desde julho de 2015, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), nome oficial do banco de fomento criado pelos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), deve iniciar o financiamento de projetos no segundo trimestre deste ano. A instituição trabalha com a meta de anunciar em abril ao menos um projeto em cada país-membro. Segundo o vice-presidente da instituição, o brasileiro Paulo Nogueira Batista, já há uma missão do banco discutindo o financiamento a três usinas eólicas no País em parceria com o Bndes.

Batista participou ontem à tarde de uma palestra na sede do Bndes, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o banco já recebeu aportes em janeiro e tem hoje US$ 1 bilhão em caixa. Até o final do ano, a previsão é iniciar as operações financeiras com a meta estabelecida internamente de liberar financiamentos a até 20 projetos no valor de US$ 2,5 bilhões, focados em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, como em saneamento e energia renovável.

“A missão no Brasil está estudando uma linha de crédito em dólar vinculada especificamente a esses projetos de usinas. O crédito seria liberado ao Bndes, que, então, faria o empréstimo ao tomador final. O risco final é do Bndes, quase um risco soberano”, afirmou o executivo.

Segundo Batista, o banco terá atuação fortemente atrelada aos bancos nacionais de desenvolvimento pela experiência e “visão comum dos problemas de desenvolvimento”. O executivo também indicou que a intenção é ter execução rápida dos financiamentos, em até seis meses, além de operações em moedas diversificadas, com prioridade às nacionais. Segundo ele, o banco é tecnico e respeitará a estrutura política dos países, sem impor regras. Após a estruturação das operações financeiras, o banco irá se debruçar sobre a abertura a novos integrantes.

No acordo de fundação da instituição, se prevê proteções aos países fundadores. O poder de voto dos cinco integrantes não será reduzido a menos de 55%. Nenhum sócio individual terá mais de 7% de participação”, explicou Paulo Nogueira Batista. Segundo ele, já há demanda expressa da Grécia em ingressar no banco. “Não tenho dúvida que, quando abrirmos, haverá demanda. Mas queremos fazer isso com organização.” O banco foi criado em 2014 pelos cinco países do Brics e iniciou as operações há sete meses. A sede está situada em Xangai, na China, e a governança é distribuída entre os países fundadores. Hoje, cerca de 50 pessoas trabalham na instituição.

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