AUSÊNCIA –

Alguns amigos reclamam minha ausência no Facebook. Já dei algumas explicações do por que. Andei meio pitimbado, com uma anemia insistente. Com isso, a preguiça, que já é inerente à velhice, que gosta de comodidade e do não fazer nada, aumentou, e me retirou das atividades que me aprazem. Finalmente, olhando para um computador desligado e sem vida, resolvi enfrentá-lo e escrever alguma coisa.

Se eu gostasse de política, ou relações internacionais, não faltaria assunto. Esses assuntos já foram o meu prato predileto, e escrevi muita coisa a respeito. Principalmente sobre relações internacionais. E, diga-se sem rodeios, a situação do mundo está cada vez mais complicada, ao ponto de um presidente dos Estados Unidos, alma mater da democracia e apesar dessa tradição, tentar anular uma eleição. Claro, não teve e nem poderia ter sucesso nessa empreitada. Ontem, 14, o Colégio Eleitoral confirmou a eleição de Biden, que tomará posse no dia 20 de janeiro entrante, como sempre aconteceu e acontecerá novamente agora.

O assunto do momento, no mundo todo, é a pandemia do Covid-19. Aqui no Brasil, a coisa se complica e muitos políticos sem escrúpulos tentam aproveitar esse quadro para fazer suas jogadas sujas. Alguns governadores criticam o comportamento do governo federal, e buscam combater suas iniciativas e incentivar suas próprias ideias como salvadoras da Pátria. Um comportamento que nada tem a ver com pandemia, mas política pura de alguns que já pensam na eleição de 2022. Enquanto isso, a quantidade de vitimas só faz aumentar.

Algumas das ideias desses que se intitulam salvadores do país são estranhas. Não levam em consideração que ainda somos uma democracia e tentam até obrigar uma pessoa a tomar vacina, adotam lockdowns exagerados e sem maior justificativa ou bom senso, pois se contradizem nas próprias decisões, como permitir que se sirva bebidas alcoólicas até às 20 horas e depois não mais. Parece entenderem que o vírus espera até 20 horas para atacar e só o façam depois dessa hora. Fecham umas coisas e permitem a abertura de outras, totalmente sem nexo. E cada Estado toma medidas diferentes, já que o STF, na sua suprema inteligência, retirou do governo federal o poder de dirigir o combate à doença. E o desmantelo está cada dia pior.

Esse problema das vacinas é antológico. Segundo li, essa vacina chinesa defendida pelo governador de São Paulo, não está sendo usada na China. Usam vacinas inglesas, americanas, russas, mas não a que fabricam. É para vender aos inocentes úteis, como se vê por aqui. E, por conta desses desencontros, ainda não sabemos ao certo qual vacina vamos tomar, nem quando começara essa imunização. E morrendo gente. Pensando bem, é o retrato de nosso país. Lamentável.

Como nossa voz, ou seja, do povo, não é escutado, temos que esperar, não se sabe até quando, por uma decisão definitiva. Anunciam datas, mencionam providências, mas sempre as descumprem. E nós ficamos ao Deus dará. Não temos a quem culpar, a não ser nós mesmos, que elegemos essa corja de cretinos. Façamos justiça, há algumas exceções.

 

 

 

Dalton Mello de Andrade – Escritor, ex-secretário da Educação do RN

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