ASSÉDIO SEXUAL E SIMILARES –

Nem tudo que é bom para o americano é bom para o brasileiro. Principalmente, para os que são chegados a modismos paroxísticos. Acabou-se não só a cantadinha inocente, como, pior, a aceitação da mesma. Se, por qualquer motivo, há alguma insatisfação, invoca-se imediatamente a figura do assédio sexual.

Adiantamos ao leitor que somos visceralmente contra a insistência importuna, junto de alguém com perguntas, propostas, pretensões etc., como é a segunda definição do Aurélio, no sentido figurado. Somos da opinião que o ataque persistente e obstinado a qualquer pessoa, mormente com objetivos sexuais, deve ser coibido, se não por legislação específica, pelo menos com ampla divulgação do fato, para a desmoralização do Dom Juan (ou do seu similar feminino).

Quando tais investidas, repetidas, enervantes e pegajosas, são no âmbito de uma empresa, no relacionamento entre patrão e empregado, com ameaças veladas ou explícitas de perda do emprego, o caso já é de polícia, mesmo, pois, pode ser visto como coação, chantagem, extorsão, abuso do poder e outros enquadramentos legais.

Quando tal assédio é associado ao uso da força física a punição para o infrator deve ser exemplar.

Quem um dia já foi assediado, mesmo sem ser por motivo sexual, sabe o quanto é desagradável e detestável.

Uma vez que deixamos bem clara a nossa opinião quanto à execrabilidade de tal expediente, teceremos alguns comentários sobre algumas distorções.

Vejamos a injustiça cometida com Mike Tyson. Acabaram com a carreira artística do boxer… Mas bem que ele realmente mereceu, para deixar de ser burro…

Os Kennedys, como se não bastassem as fatalidades que assediam o clã, vez por outra estão caindo numa armação, sendo acusados de estupros e outras taras.

No Brasil, um exemplo mais com um Presidente da República, foi o assédio de Lilian Ramos ao topete ex-número um do País, Itamar Franco, que poderia, com muito menos espalhafato, ter garfado material bem superior… Bem feito, também.

Mas o pior assédio, o mais irritante, é o do vendedor de consórcio de automóveis. Quando a gente chega, está lá o recado:

– O Azevedo lhe procurou.

 – Deixou algum recado?

– Não. Disse que depois ligava.

Depois de muita tensão, um belo dia, o seu filho lhe acorda durante uma sesta, dizendo que finalmente é o Azevedo. E quando você atende é para vender um consórcio que você, mesmo se estivesse precisando, não compraria jamais, só por conta do assédio.

Outro assédio insuportável é o dos bancos e financeiras. Quando você está precisando só recebe negativas. Quando está folgado o telefone não para oferecendo crédito consignado, o escambau a quatro. Já dizia Robert Frost – Um banco é um estabelecimento que nos empresta um guarda-chuva num dia de sol e nos pede de volta quando começa a chover.

 

Armando Negreiros – Médico e Escritor
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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