AS CHUVAS E A SEGURANÇA ALIMENTAR –

​​​O mês de janeiro passou com uma certa frustação em torno das chuvas, essencial para o abastecimento d’água, principalmente na zona rural, para se encher barreiros, açudecos, açudes, barragens, barragens submersas e cisternas concebidas e construídas com a colaboração dos movimentos sociais, principalmente no Rio Grande do Norte da articulação da ASA – Articulação do Semiárido.

Em muitas comunidades rurais e assentamentos de ações de reforma agrária que dependem de chuvas para as culturas rápidas, de milho e feijão, base da alimentação da família, assegurando uma soberania alimentar, e para culturas de mais longa duração como é o caso da mandioca, considerada de dois invernos, para a transformação rústica da farinha e da goma, as chuvas são essenciais.
​​​Os órgãos governamentais que dispõe sobre a previsão de chuvas vêm dizendo que o inverno será rápido e se concentrará nos meses de março e abril, mas, já estamos na dobra da segunda quinzena de fevereiro, e as boas notícias de chuvas na Paraíba, contribuindo para a bacia do Piancó/Piranhas/Açú assegurará o aumento do nível da água no Armando Ribeiro.

No Oeste e Alto Oeste, no Seridó (principalmente em Caicó, Serra Negra do Norte, São João do Sabugi e Jucurutú), Trairi, Agreste e Região Central as notícias são de chuvas alvissareiras, com uma boa capacidade para acumular água, encher as fontes, enchendo de esperanças a agricultura familiar, responsável pela alimentação da família brasileira, com produtos mais saudáveis.

​​​O momento é de corte de terras, de distribuição de sementes, com o programa de banco de sementes da Secretaria Estadual da Agricultura e de “sementes criolas” pela SEDRAF, não se pode perder tempo. Os contatos que tenho mantido com agricultores e agricultoras diretos são de muita expectativa, depois praticamente de anos de seca, com pouca chuva e muito racionamento.

​​​Falei com o Prefeito Neném Borges e a Vereadora Ana Clara de São José do Campestre estavam animados com as chuvas que atingiu a sua comunidade rural do “Zamba”. Do Rio da Quixaba que depois de dez anos colocou água, e de todas as chuvas em Campestre no mês de fevereiro. A esperança é de amenizar a vida da agricultura familiar com uma boa produção de alimentos.

​​​A resistência da família rural nos anos de estiagem foi corajosa e desassombrada, mesmo com a frustação das culturas e a perda dos animais, mas, os programas governamentais conquistados ao longo dos anos, consistiram em um sustentáculo formidável, principalmente do PRONAF, PAA, do Garantia Safra, do acesso a terra nas diversas ações de Reforma Agrária, inegavelmente articulados pelo movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais capitaneados pela CONTAG, sem negar a coadjuvância, principalmente do MST, asseguraram a resistência do Homem e da Mulher no campo brasileiro.

​​​As chuvas transformam o campo, a vida rural, e garante a segurança alimentar, principalmente em momento de crise sanitária e de abalo na economia, contribuindo para a redução dos preços dos alimentos básicos da cultura da culinária brasileira, principalmente do feijão nas suas diversificadas espécies, como também, do arroz, da farinha, da goma, e das carnes de animais ditos de “criação”.

 

 

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

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