VALÉRIO MESQUITA 1

E AGORA JOSÉ? – 

Esta lembrado das sete pragas do Egito? Quem é cristão sabe que a profecia, antigamente, exercia um papel fundamental na esfera política e social do povo de Deus, haja vista os ministérios dos profetas do quilate de Moisés, Samuel, Natã, Isaías e Jeremias. Eram criaturas devidamente vocacionadas e autorizadas por Deus para falar por Ele e em lugar Dele. Não eram embusteiros submissos ao ruinoso poder temporal. Esses eram os falsos profetas, cujo alvo principal, tanto ontem, quanto hoje, se resumiam em desconstruir a verdade do evangelho. Digo tal coisa porque a questão social no Brasil (inclua-se a família e o aborto), é tão relevante para o Senhor, como o foi naquele tempo em Israel quando puniu os que o desobedeceram. Atualmente, José, esse papel político e social de ser profeta em defesa das Escrituras Sagradas permanece nas mãos dos evangélicos e católicos. À você, – por motivos óbvios -, transfere-se o dever de liderar. Sim, porque os arautos de Deus eram líderes não apenas religiosos, mas também políticos, exercendo a missão em prol da ordem social, moral, contra a corrupção e a injustiça generalizada. Até, mesmo com o sacrifício da própria vida como aconteceu com o profeta Isaías que teve o seu corpo serrado ao meio pelo rei Manassés.

Assuma e segure a bandeira José. Plante-a nas serras que não fenecem mesmo quando a noite iminente inunda o ar e embaraça a visão dos ímpios. A sua idade de silêncio e pedra pode construir sem asperezas e mágoas um destino melhor para o nosso país. O povo não é gado. Entregue-se ao vento do sul e do norte, e confie que a chuva virá, com relâmpagos devorando o rio das águas turvas. A cor da sua vitória virá de dentro, da sua crença, limpa e isenta, sem o vermelho da violência mas com o lirismo vegetal de Marina Silva, que perdeu a eleição deixando a esperança.

E agora José? Assuma o pacto dos dons espirituais. Um deles, o genuíno discernimento para afastar a ambiguidade, cujas características maiores são a audácia e a arrogância. Ninguém pode conspirar impunemente contra a igreja de Jesus Cristo sem ser castigado. Imensa e multiforme é a horda que agride e subverte as dimensões humanas (física, espiritual, psicológica e social) do povo brasileiro. Neste segundo turno, como no primeiro, a língua somente serve para edificar o indivíduo, cuja matéria é prisioneira dos próprios segredos e mistérios. Volto a lembrar as sete pragas do Egito. Claro que tem algo a ver com o Brasil, sim senhor! Um país de dimensão continental inserido num contexto histórico e finito, num mundo de tragédias ecológicas inexplicáveis, me remete a I Coríntios 2.11: “Qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”.

Equívocos e murmúrios me afastam de quem cultiva sombras. Que empreende viagens escuras e repetidas nas falas e ditos de outro, já exausto de ser. No exercício do poder somente existe uma submissão: a lei e não a terceiros. Daí vivermos todos a longa e aflita expectativa de um novo tempo. À você, José está fadado o destino de abrir a porta que não nos traz enganos. Você caminhante de últimos cansaços, sabe que a imagem do povo brasileiro renasce dessa porta. Defenda José, os postulados que estão dentro do livro – o nosso livro – a Bíblia Sagrada, com orgulho e da mesma forma como falam do Alcorão, considerado o livro sagrado dos muçulmanos. E ai daqueles que o desrespeitam! Mas você é o José, o nome mais popular do Brasil. Um presidente chamado José, é mais brasileiro porque em cada esquina tem um, em cada roçado, em cada balcão, hospital, bodega, borracharia, enfim, em todas as profissões. Zé é carteira de identidade, de motorista, de SUS e título de eleitor. Por fim, em nome de Jesus, os que vão nascer também te saúdam!

Valério Mesquita – Escritor – [email protected]

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *