CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA

AS CIDADES DE ONTEM –

 As cidades de ontem, aquelas que acolheram seus filhos por seguidas gerações, em nada ou em quase nada parecem com as cidades de hoje.

Por alguns motivos, é claro, sendo que o mais significativo deles se deu pela migração de famílias para centros mais desenvolvidos, buscados pelos pais como cenários para a formação futura de seus sucessores.

Macaíba, cidade entre tantas outras, experimentou esse fenômeno previsível. A cada período, uma determinada “safra” de jovens era incentivada a partir, muitas vezes acompanhados por toda a família, em busca de novos horizontes.

Isso se dava na tenra (à época) idade entre os dez e vinte anos, quando aflorava toda uma conjunção de ideais e de aspirações por um mundo diferente, encontrável logo ali, margeando o Potengi.

Com isso, o convívio em grandes círculos de amizade e parentesco aos poucos fenecia, fragmentando os seus elos, levando por vezes a que anos e anos se passassem sem retorno às origens.

Some-se a isso a transformação urbana de Macaíba, que modificou a lembrança visual do gigantismo, aos nossos olhos de meninos, das ruas e casarões que antes eram só nossos.

Como era bom vagarmos livres e abrigados pelos cuidados dos amigos de nossos pais, pelo respeito que inspiravam, onde a cada “bom dia” e “boa noite” sentíamo-nos felizes.

Adultos, já com o futuro alcançado, de visita aos espaços que antes docilizamos quando crianças, não mais encontramos aqueles companheiros  de “calças curtas”, que conosco brincavam pelas calçadas ou pedalavam pelas ruas e ruelas de nossa infância.

Aconteceu com você?

Pois bem, passados tantos anos, eis que um grupo de filhos de um mesmo rincão, que conviveram com maior ou com menor intensidade aquele período, se dispuseram a retomar as reminiscências de um tempo percorrido, tempo esse que remonta aos anos cinquenta e seguintes.

Como isso começou?

A revista Veja publicou uma matéria criticando o Dr.Miguel Nicolelis pela instalação do Campus do Cérebro, em Macaíba, com comentários injuriosos que desagradaram aqueles que lá nasceram ou que lá viveram seus primeiros anos.

Tal qual fruto da coleta de um radar, foram sendo localizados mais e mais daqueles jovens de antanho e, como que movidos por uma atração divina, eis que surgiu uma autêntica célula de oriundos e de remanescentes da terra de Auta de Sousa e de Augusto Severo, entre tantos expoentes.

Que tal um encontro onde, entusiasmados, Cléber, Márcia Costa, Bridenor Trigueiro, Armando Holanda, Valério Mesquita, Cícero Macedo, Olímpio Maciel, Edilsa Pinheiro, Valéria e Socorro Ferreira, Conceição Paulino, Cacilda Mesquita, Odiléia Gomes, Osair Vasconcelos, Nássaro Nasser e Betinha, Rui Santiago, Maria José, Karl, Liete e Leonardo Leite, Harryson Magalhães e Louice Álvares, Ângela de Melo, Marcelo Augusto, Socorro Mesquita, Manoel Firmino, Geraldo Araújo, Paulo Leiros, Tércia Maria e Eronides Azevedo, Odinelha Targino, Francinete Maia, Maria Bernadete, Terezinha Germano, Lenilda Carvalho, Rui Almeida, Beto, Lúcia Costa, e outros que agora me escapam ao listar, se reúnem para cantar, conversar amenidades, reviver o passado e “bebericar” o presente, vivendo e achando bom estar juntos?!

Agreguem-se a esses (e aos não citados aqui) macaibenses queridos, aqueles carinhosamente adotados “macaibeiros”, que se achegaram por afinidades e “atrelamento casamenteiro”.

Além dos que partiram sem nosso consentimento: Evilásio, Nogueira, Rejane, Dezinho.

A cada encontro, descubro que sou de um mundo cujos personagens não se perderam no caminho, mas sim reanimaram a minha memória e me permitiram fazê-las sempre presentes, rememorando o ontem mas vivendo no hoje as lembranças reais dos amigos de uma infância sadia.

É o “Sempre Macaíba”, e assim somos nós!

Carlos Alberto Josuá CostaEngenheiro e Consultor

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