ANA LUIZA EE

BRASILEIRO TIPO EXPORTAÇÃO –

O Brasil é conhecido mundialmente por sua maior riqueza: os brasileiros. Todos, de uma forma geral, somos hospitaleiros, pacientes, pacifistas, gentis (na maioria das vezes) e alegres. Um povo capaz de “batucar nas panelas (e estômagos) vazias para fazer carnaval”. O brasileiro é brilhante, competente para resolver quaisquer problemas e capaz de fazer gambiarras quando o dinheiro (na verdade, a falta dele) não permite que o serviço seja feito do modo convencional, o que, muitas vezes, é chamado pejorativamente de “jeitinho brasileiro”. Um povo excepcionalmente cordato, mas que às vezes se perde e esquece-se de valorizar a si mesmo, assumindo uma atitude anti-nacionalista.

Um exemplo clássico é a torcida organizada pela “queda do dólar”. Tecnicamente, a desvalorização da moeda estrangeira deveria causar temor e desgosto, já que produtos importados entrariam no país por valor mais baixo e concorreriam de igual para igual com os nossos produtos. Lamentável e desnecessário dizer que, ao invés de prestigiarmos nosso mercado, saímos por aí exibindo nossos importados e criando, com essa atitude, um déficit na produção e circulação de artigos genuinamente nossos. A alta do dólar aquece o mercado nacional, aumentando a compra e consequentemente a produção brasileira, que, por sua vez, garante e gera empregos, que provocam a circulação de renda e majoram a arrecadação de impostos.

Diametralmente oposta à visão importadora, existe o mercado local, voltado para exportação. Lá fora, muitos de nossos produtos são valorizados sobremaneira, tanto pela qualidade quanto pelo diferencial que só os brasileiros conseguem fazer. Como consequência da aceitação e valorização da exportação versus desvalorização do produto tupiniquim, criou-se um abismo entre os produtos feitos por nós e para nós e os produtos feitos por nós para “eles”. O mercado externo é exigente com relação à qualidade do que adquire, de modo que toda mercadoria “tipo exportação” é de qualidade indiscutivelmente superior à que é produzida para o mercado interno.

Gloriosamente, há uma solução fácil para esta questão. Quando os brasileiros tiverem consciência de que se produz bons “frutos” no seu país, passarão a valorizá-los independente de oscilações cambiais, e esta mudança permitirá que os produtores se dediquem a agradar o mercado local, que não mais irá sofrer com a concorrência externa, podendo dedicar-se à evolução técnico-industrial. Agindo desta maneira, estaremos fortalecendo não só a economia, mas o “orgulho de ser brasileiro”.

Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])

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