ARMAGEDON –

A palavra latina acima é identificada, na Bíblia, como a batalha final de Deus contra a sociedade humana malévola. No nosso idioma, Armagedon significa hecatombe, calamidade, catástrofe, final dos tempos.

 Não sou arauto do apocalipse, também não me incluo no rol dos piores cegos, aqueles que se negam a enxergar os sinais emitidos pela natureza. Avisos antes esporádicos que agora se tornaram sistémicos. Ou alguém acha fatos normais as variações climáticas, o aquecimento global, o derretimento das geleiras, o aumento dos níveis oceânicos, enchentes e estiagens, todos esses desastres ambientais que vivenciamos.

O lastimável é que, se a temível catástrofe ocorrer, o motivo já invade o conhecimento geral. Nomes, sobrenomes e endereços dos responsáveis que fizeram vistas grossas para os recados esfregados em seus narizes, são os dos seres irracionais habitantes do planeta Terra, apelidados de humanos.

Analisemos a situação com frieza. Quem é o maior emissor do gás CO², o que causa a degradação da camada de ozônio e intensifica o efeito estufa? O homem! Quem polui rios e oceanos com dejetos e plásticos exterminando a vida nesses ambientes? O homem! Qual a razão para a destruição de florestas responsáveis pelo fornecimento de água potável e pela energia renovável do mundo? O homem, cultivando cereais e criando gado para alimentar a si próprio.

Seja para qual lado pendermos encontraremos a mão humana funcionando como o vetor das desgraças ambientais que se ampliam a cada década. O problema é muito mais grave do que podemos ou queiramos imaginar, pois, se pensarmos na verdadeira causa é de arrepiar todos os pelos do corpo. Tem gente demais ocupando o planeta. Isso mesmo, a velha mãe Terra cansou de nos sustentar e haja reclamar do abuso.

Esperem! Não sou eu, pobre mortal, quem afirma isso.  Setores especializados da ONU acompanham o crescimento demográfico e, na análise dos dados, concluem que os 8 bilhões de habitantes que somos hoje, ultrapassam a capacidade de acolhimento do terceiro planeta do Sistema Solar, no distanciamento do astro Rei.

Pior fica o quadro quando consideram a capacidade de recursos naturais do planeta e o padrão de consumo de alimentos e recursos da população atual, para chegar à conclusão que a Terra suporta apenas 4,5 bilhões de habitantes. Fazer o quê? Estamos ou não num poço sem fundo?

Vamos um pouco adiante porque as projeções não param por aqui. Os novos números consideram que seremos 9,6 bilhões de almas em 2050 e 10,9 bilhões, em 2100. Será gente saindo pelo “ladrão” e quem for vivo verá o que é bom para “tosse.” Nessa altura do campeonato haverá limitação de filhos por casamento, tempo de vida estipulado para cada indivíduo e outras medidas de controle sob fiscalizações e punições rigorosas para quem descumpri-las.

Antes de qualquer ameaça de instalação do Armagedon, pretendo espaçar encontros com parentes próximos e velhos amigos ao redor de uma mesa, para degustações diversas e descontraídas, acompanhadas de bons vinhos, contando fatos pretéritos e atuais ao som de Louis Armstrong, interpretando “What a Wonderful World”, porque, caríssimos leitores, mesmo passageira, A Vida Continua Bela.

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil

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