ANO DE 2020: TEMPO DE EFERVECÊNCIA –

Apesar das agruras vividas em 2020, as realizações alcançadas por muitos, serão não somente inesquecíveis, mas acima de tudo sementes plantadas a serem colhidas com maior sucesso em tempo vindouro.

Nos últimos meses, quase todos perderam amigos ou ente queridos por motivos os mais diversos. Eu mesmo acompanhei o falecimento de Marlene, minha genitora, quando, ao invés de me afogar nas lagrimas abundantes em meu coração, encontrei forças para flutuar na imagem daquela criatura amada, sempre ao longo da vida, ensinando-me a sorrir e acreditar.

Rapidamente dezembro chegou, mês de festas e também de Iemanjá; tempo de cantar e louvar na areia, dando salve às conchinhas de prata e à mãe sereia rainha do mar, sempre desejando flores brancas e muita paz.

Época que sempre aplaudo os crentes em ser o oceano, onde se encontra energia para fazer o mundo girar, sendo também o receptor dos rios, as moradias de Oxum, que captam fluídos carregados das matas onde reina Oxossi;

Justo nesse ano de tantas agonias, tal qual os discípulos de Iemanjá, encontrei forças para viver em plenitude, com muita inspiração para criar. Se por um lado o afastamento social, rareou o contato com meus netos e pessoas que tanto amo, por outro lado me vi cada vez mais a escrever e produzir literatura.

Aposto na crendice dos que afirmam, que cada ser humano possui seus próprios mares e neles veleja em busca da realização. E então, talvez inspirado nos gêiseres que trazem vibrações dos imaginários habitantes do fogo central do planeta, captando as energias das rochas transformadas em falésia e das aguas escorrendo dos maciços, eu escrevi.

Escrevi em abundância e quando menos esperei tinha transformado em livro infantil, as aventuras do meu neto caçula:  “Gabriel e o peixinho dourado”, em busca da vacina para debelar o coronavírus.

Escrevi com emoção quando em pouco tempo, concluí compêndio intitulado “Mãe”, no qual em suas trezentos e quarenta páginas descrevo aquela que para mim sempre foi o modelo de ser humano.

Escrevi puxando pela memória, quando resgatei a história das “bodegas em minha vida”, com ênfase maior nas boas recordações porque as más considero como aprendizado.

Escrevi com satisfação, quando desde abril até novembro, concebi mais de cem artigos publicados em jornais e blogs de Alagoas e Rio Grande do Norte.

Sem esquecer a criação dos personagens Jesualdo e Germinia, duas figuras tão interessantes quanto engraçadas, através das quais contei inúmeros causos reais acontecidos na vida que vivi, muitos deles contado por parentes e amigos.

Provei muitas alegrias como membro da Academia Alagoana de Letras, ao ver a Instituição, mais do que nunca se firmar como a Casa das Casas da Cultura Alagoana.

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

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