Jaécio Carlos*
Soube que somos, ainda, 13 milhões de analfabetos (aqueles que não sabem ler nem escrever). Quase a população de Portugal. Isso para uma “Pátria Educadora”, como diz o slogan do governo, é um ultraje. Lembro-me da época do governo municipal de Natal Djalma Maranhão e seu programa “De pé no chão, também se aprende a ler”. Atendia a periferia pobre da cidade, distribuindo livros e outros acessórios que a criança precisa para ler e aprender. Tudo muito simples e eficiente. O velho prefeito (no bom sentido) gostava de passear por essas tendas/escolas e conversar com os meninos, alegremente. Funcionou durante muito tempo. Não sei se, na época, havia estatísticas, como há hoje. Mas o analfabetismo foi reduzido. Conheço pessoas que estudaram nesse projeto e depois de formaram..
Djalma foi cassado pelos militares e morreu de saudade no Paraguai, exilado e proibido de voltar a Natal. Ele matou o analfabetismo e os milicos o mataram. É que, quanto mais analfabeto, melhor. Fica mais fácil ser dominado pelos poderosos. Vi uma reportagem esta semana, mostrando a educação na ilha de Cuba onde as crianças estudam de graça, recebem fardamento, livros e uma educação de primeira. Fazendo uma comparação com o ensino municipal de Natal, muitas escolas tem problemas de frequência, tanto de professores como de alunos. O desinteresse é grande e muitos alunos vão pela comida, que nem sempre é de boa qualidade. Como pode se alfabetizar, desse jeito.
Crianças com 9 anos de idade, não sabem ler e também não há aferição por parte da direção da escola, alem do vazio e desinteresse de quem ensina. A taxa de nove por cento da população de analfabetos no Brasil, é muito alta. Isso sem contar que o ensino não é de boa qualidade, pelo menos o ensino público. O particular é caro e o das faculdades, inacessível. FIES e Pronatec não ajudam em praticamente nada e nossa sociedade sofre com isso.
Brasil, pátria educadora! Pois, sim.
* Jaécio Carlos – Editor de revistas, jornais, livros e palestrante motivacional