NELSON FREIRE 1

O Brasil tem que tirar muitas lições do fiasco que foi a sua participação na Copa do Mundo de 2014. Considerando o agravante de que ela se realizou aqui em nosso próprio país, e que frustrou duzentos milhões de brasileiros que esperaram avidamente pela conquista do hexa.

Acredito que uma dessas primeiras lições é a de que o improviso já não é a melhor forma de se fazer as coisas por aqui. E que o jeitinho brasileiro ficou obseleto e provou não ser uma boa tática quando as disputas assumem uma grande dimensão. Inclusive no campo de futebol.

Um time precisa de tempo para obter entrosamento. Precisa de treino e de ter uma tática definida e uma postura objetiva em campo. Precisa ter um comando central, além de lideres em campo, que através de atitudes e gestos possam influenciar e mudar o andamento de uma partida.

A nossa seleção deixou o estilo brasileiro de lado e passou a adotar um estilo europeu, sem conseguir fazê-lo bem feito. Desfigurando o futebol arte que era a nossa principal característica. E ainda por cima agindo como se estivesse correta e que ganhar a competição era só questão de tempo.

Muita coisa precisa mudar daqui pra frente no futebol brasileiro. Aliás, na atividade desportiva como um todo. Há pouco tempo se questionou bastante também a direção do nosso volley. Acredito que os velhos costumes e os atuais modelos de gestão já não funcionam nesse inicio de século XXI.

Foi tudo muito atabalhoado, desde o pré Copa até o selecionado entrar em campo. Mas pelo menos nos livramos do fantasma de 50. Agora vamos ser perseguidos por muitos anos, pela lembrança da cruel derrota de 2014. Que ela sirva para refletirmos sobre a necessidade de mudança de alguns paradigmas.

Nelson Freire – Economista, Jornalista e Bacharel em Direito – [email protected]

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