AB valerio mesquitaValério Mesquita

É a pergunta indefectível dos nossos dias. O período eleitoral preside a conversa em cada recanto.

Diariamente o eleitor brasileiro faz o horóscopo dos candidatos. A pesquisa eleitoral é um instrumento dúctil ou um factóide para impressionar os incautos? É a indagação da calçada do Café São Luiz.

Logo às sete da matina vi Olegário Pontes, bacurau cinco estrelas, magro, curvado, encanecido, mãos para trás, perscrutando no horizonte de uma esquina a passagem de uma passeata perdida dos anos sessenta. Não sabia ainda que caíra por terra, mar e ar, o instituto emocional e alegre da passeata, substituída pela carreata antipática e engarrafadora, sem o showmício.

Mas quem vem aí para salvar o Rio Grande do Norte, através da palavra fácil são dois pesos pesados da política nacional. O PSD de Kassab e Skaf. Os sobrenomes causam arrepios. É a fina bossa da paulicéia desvairada. Por outro lado, Paulo Gumercindo traz a “boa nova” de que os debates dos candidatos não empolgam mais. Mas o horário eleitoral vai começar e a audiência das novelas na TV vão cair sensivelmente, afirma Domerina com sapiência popular, filha de Severina, a matriarcal administradora do Estado. Na ponta da linha, chegam-me alguns sinais de alerta: Dilma, cristianizada, foi vista subindo o Gólgota.

A alta tensão dos tempos do PT x PSDB+PMDB ficou somente em 220 volts. Tiago Papaverina, o mais excêntrico e contraditório eleitor natalense já declarou o seu sufrágio nessa eleição: Marlindo Pompeu para prefeito e para vereador vota em volante. É muito difícil entender Papaverina.

Por outro lado, vai começar, depois, o torneio inicio de impugnações de candidatos junto ao Tribunal Regional Eleitoral. É fato histórico em todos os períodos que antecedem qualquer pleito. Os advogados partidários já azeitaram as suas baterias. Qualquer motivo pode ser alegado contra o candidato. Até peidar no palanque. A democracia tem essas coisas esquisitas. Enquanto isso, nem chove lá fora. Parece o Saara. 2015 já se despede do calendário. Ouço falar que entre os candidatos ensandecidos o liseu é grande. Mas, para Lupércio Saraiva, esse problema é de muitos e de não de poucos. Fica o mistério. O mais, é acreditar que todos vão sobreviver, apesar de tudo.

Valério MesquitaEscritor[email protected]

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