ALERTA! –

Em oportunidade recente coloquei meu ponto de vista sobre retomada das atividades econômicas. Não podia deixar, agora, com a evolução dos fatos e as recentes informações, passar em branco algumas observações e ainda abordar duas questões oriundas dessa pandemia insólita.

Estamos vendo a economia ultrapassar todos os limites de paralisia, comércios que não mais reabrirão, outros já o fizeram por rebeldia e por conta disso já sofreram as consequências. Postos de trabalho foram ceifados, o consumo caiu a níveis assustadores e a população já não suporta mais essa situação.

Por conta dessa pressão enorme, que já ultrapassou o suportável, estamos retomando as atividades dentro de certos protocolos elaborados por comissões multidisciplinares. Não cabe aqui qualquer contestação desses protocolos, não sou especialista, apenas um observador crítico do que acontece, porém, vejo um total descontrole da situação.

Em vários locais em que a abertura ocorreu vimos um aumento exponencial na contaminação, uma fiscalização insuficiente e um estouro de boiada pela população para ir às ruas sem qualquer necessidade. Como consequência acabaram por retomar o confinamento social.

Em minha modesta opinião, poderia a imprensa, tão preocupada com a saúde, promover uma extensa campanha educativa quanto a essa questão. A retomada das atividades não significa que a pandemia acabou, que estamos todos curados e imunes.

A retomada, apesar de ser necessária em algum momento, deveria ter sido precedida de uma campanha séria deixando claro os riscos de uma nova e perigosa segunda onda de contaminação.
A fiscalização quando essa abertura acontecer deve ser severa para a observância dos protocolos de segurança, deve não mais atuar na orientação, mas sim na efetiva responsabilização dos infratores com todo o rigor das penalidades.

Há que se permanecer atento a essa reabertura, há que se manter uma campanha séria envolvendo a população e os agentes econômicos, se não teremos a segunda onda e novo confinamento.

Ainda sobre a questão econômica, não poderia deixar de aplaudir a prorrogação do auxilio emergencial, porém cabe um comentário desagradável: a demora na divulgação das datas de liberação causa uma tensão desnecessária uma vez que o auxílio será depositado.

Um contra senso é não poder sacar o dinheiro imediatamente, ou transferi-lo para uma conta normal de seu beneficiário. Nem todos tem um local que trabalhe com maquinas de recebimento. Há que se pensar nos lugarejos que sequer tem como usar a famosa caderneta de antigamente.

Por último não poderia deixar de registrar o problema da impossibilidade de redução dos salários de funcionários públicos. Estamos criando castas e afrontando cada vez mais a sociedade que, via de regra, vêm as benesses corroer as contas públicas. Criamos cada vez mais tensões e ampliamos a cada dia esse abismo chamado desigualdade social. Essa pandemias foi reveladora.

Enfim, para não me alongar mais, vamos retomar as atividades com consciência, responsabilidade e comedimento. Não estamos curados ou imunes, estamos sim necessitados de trabalhar para tentar de alguma forma recompor nossa renda e aliviar o caos econômico. Só não percamos de vista que o bem maior é que corre o maior risco: a nossa vida!!!

 

 

 

 

Roberto Goyano – Engenheiro

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