ADAUTO MEDEIROS FILHO

As discussões sobre o aeroporto de São Gonçalo para saber se é “longe ou perto” de Natal, a capital do nosso Estado, me parece ser o tipo de debate que tem nos levado, em minha opinião, a meras discussões bizantinas.

A questão central, penso eu, não é saber ou questionar a distância, ou seja, se é longe ou perto, e sim se temos os meios necessários para chegarmos lá. Ou seja, as vias de acesso. A chamada Zona Norte de Natal está ligada a Natal por duas vias que dão acesso para que o cidadão chegue até lá, que são as duas pontes da praia da redinha, qual seja: a “Ponte de Todos” e a “Velha ponte”.

Ora, não é possível ligar uma população de 400 mil pessoas de um lado (Zona Norte) a outra população com mais de 600 mil de outra por apenas duas vias. Penso que essas vias de acesso são precárias. Precisamos construir no mínimo mais duas ligações para que possamos ter de fato um fluxo melhor e com isso diminuir o sofrimento dos usuários, tendo em vista a quantidade justamente desses usuários.

Para quem mora em Natal (zonas sul, leste e oeste), sabe que no chamado “viaduto do Baldo” deveria haver uma ligação entre o mesmo e o Rio Potengi e com isso, depois, uma ponte até o novo aeroporto, o que iria melhorar o tempo gasto para chegar até ele.

Mas enquanto não pensamos numa solução com outras ligações será impossível resolver o problema em definitivo. O que é espantoso (ainda que seja o corriqueiro em Natal e no país como um todo) é que mais uma vez fazemos algo sem o planejamento devido e no tempo correto. A chamada “meia bomba”. Damos péssimo exemplo para quem vem de fora do nosso Estado. E sempre acho que tal conduta das nossas “autoridades” deve-se a uma eterna preguiça mental em enfrentarmos de fato os nossos graves problemas.

Os nossos dirigentes políticos parecem mesmo não conhecer Natal e muito especialmente a Zona Norte. Aliás, talvez fosse melhor dizer, sem sentido de ofensa, que eles conhecem outras zonas, menos a Zona Norte, habitada por pessoas trabalhadoras e honestas e que ao pagar os seus impostos sustentam “autoridades” que mostram um eterno descaso para com eles. Uma lástima!

Adauto Medeiros – engenheiro civil e empresário  [email protected]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *