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Carlos Alberto Josuá Costa

“Certa tarde na livraria encontrei um amigo muito querido, especial, culto e com apurado senso de humor e, com a pretensão de matar a saudade, falar da vida, curtir a alegria de ter amigos…” – isso poderia ser o início de qualquer conto literário escrito pela amiga Cecília Bussoni, mas foi a síntese a um convite: “Aceita um cafezinho?”.

Entre tantas perguntas a que somos submetidos, esta, tem uma singularidade pela articulação das palavras, não dando nenhuma chance de não ser convidativa, dócil, companheira. Faça um teste. Vá, pronuncie. Percebeu como é de paz essa sentença. Você não consegue colocar nelas nenhum sentimento de indiferença, de mágoa ou de segregação.

Café Filosófico, Café com Literatura, Café com Debate, Café com… Café combina com tudo que conheço.

E Café com Insônia? Esse é que combina mesmo. Ora, se já está com insônia, nada mais adequado que um cafezinho para esperar os raios do amanhecer.

O café ou, mais intimista, o cafezinho, no entanto, por si só não cumpre a sua missão: de aproximar as pessoas em torno de um assunto. Mas ele tem o poder de atrair as pessoas para seu entorno pelo aroma inconfundível. É como diz a amiga Valdira Câmara: “Um momento de descontração, de prazer e até mesmo de dividir alegrias e tristezas”.

A pausa para um cafezinho tem uma relação social, cultural e emocional. Aquela paradinha, naquele intervalo, aquela chegadinha à copa se reagrupando com os colegas, cada um “desarmado” da pressão do trabalho é tão benéfico que além de ser saudável ao funcionamento mental, dá uma energizada para voltar ligeirinho ao ambiente de concentração e produção.

É como um momento mágico. Ali são traçadas novas “rotas”, são feitos convites, são trocados recados, são bisbilhotados segredos, enfim é como uma calibragem motivacional.

É bem diferente se cada um tiver uma garrafa térmica ao seu lado: ao final do dia, sobrará café frio, que não teve a missão socializadora com a equipe de trabalho.

O cafezinho tem uma característica ímpar: ele permeia por todos os ambientes de qualquer lugar do mundo. Do mais requintado ao mais simples. Tanto faz uma cafeteira italiana como uma lata laçada por um arame num fogo de lenha. Sempre haverá aproximação de alguém para compartilhar.

“Um momento especial para reencontrar pessoas queridas, relaxar”, é assim que Idailda Miranda saboreia seu cafezinho com um Cointreau.

“Um convite irrecusável”, como suspira Socorro Praxedes.

Ou ainda como diz Gerusa Soares: “uma boa conversa, uma saudade”.

“Sinônimo de amizades, carinho e bons momentos” (Lourdes Brito).

“Um gole de café, um sopro de amizade” (Aspásia R Amorim).

E entre o aroma e o sabor de um cafezinho tem espaço para uma conquista?

Sim, e como!  Afinal, um café, um licor, um amor, combinam perfeitamente.

Pode ser conquista de novas amizades, de retomada de um sonho, de troca de emoções, de ser e fazer o seu melhor.

Não deixe de tomar um café com as pessoas que mais gosta. É bom para cultivar amizades.

Lembra-se do café da vovó? Coado no pano? Aquele aroma, que se espalhava pelos ares dos vizinhos, denunciando: Eita! Saiu um cafezinho.

Hoje é bem mais prático. Tem mil marcas, inúmeras formas de prepará-los, aroma de ameixa, avelã, hortelã, canela, pistache, até de café mesmo.

E convenhamos, tem muitas cafeterias que são um charme só!

Recomenda alguma?

Não perca tempo, puxe uma cadeira, pegue seu cafezinho e venha relembrar histórias de vidas.

Afinal ao saborear um cafezinho, mexemos com nossas emoções e bem estar.

É um gesto amigável.

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

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