A RELEVÂNCIA DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS –
Sócios, administradores, fornecedores, financiadores e clientes das empresas devem fazer melhor uso dos dados contidos nos relatórios contábeis e extracontábeis, tais como: a) o Balanço Patrimonial; b) a Demonstração do Resultado do Exercício; c) a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (podendo ser substituído pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido); d) Demonstração dos Fluxos de Caixa; e) Demonstração do Valor Adicionado e d) Notas Explicativas, essas adendos ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício.

Esse é um axioma, uma afirmação evidente, não fora o fato concreto de que a maioria dessas pessoas não têm convivência com essas informações. Isso resulta em um perigoso distanciamento entre aqueles que elaboram relatórios gerenciais e os que deles fazem uso. Essa forma de proceder prejudica e minimiza os resultados, que podem ser obtidos com o uso desses relatórios, e pode provocar decisões equivocadas.

Parte-se do princípio de que as empresas, não obstante devam ter preocupações sociais, são instituições primordialmente voltadas para os seus resultados financeiros (lucro), pois sem estes últimos não há como atender àquelas primeiras. Somente com atenção constante quanto aos resultados é que as sociedades podem transformar vendas em lucros; lucros de exercícios passados, em capitais de exercícios futuros; parte dos lucros, em tributos; resultados, em ação social. Para que isso aconteça, deve ser política basilar o uso efetivo de todos os instrumentos. Entre eles destacam-se os relatórios emitidos para obter Planejamento e Controle de produção, custos, vendas etc.

Entretanto, nesses relatórios as informações estão “escondidas” nos meandros dos inúmeros elementos apresentados, muitos deles sem uso ou necessidade. Isso leva a outro problema: a complexidade com que esses elementos são apresentados exige conhecimentos práticos e teóricos sobre os atos e fatos que geram os números e outros dados desses relatórios e como eles são combinados, para evidenciar os números, índices, análises etc.

Contudo, alguns executivos se veem perante a necessidade de saber se as informações primárias – aquelas que serviram de base para os relatórios – partiram de fontes corretas ou de não recomendadas, se forem manipulados correta ou incorretamente. Isso porque, se não corretamente coletadas e processadas, as fontes primárias podem levar a evidências erradas, que podem causar erros na tomada de decisões administrativas e gerenciais.

Isso posto, os administradores devem ter consciência que existe a possibilidade dessas informações não representarem com fidelidade a situação da empresa, por vários motivos: erros na formulação do próprio sistema computadorizado, na coleta de dados primários, na sua classificação, na forma como os elementos são combinados e como as evidências são apresentadas.

No que toca aos custos, o problema central está justamente nos sistemas informatizados que geram os seus Relatórios Contábeis ou extracontábeis. O aspecto qualitativo dos sistemas de custeio possui alguns elementos que merecem atenção, no que diz respeito ao tempo em que eles são considerados. Isso porque há uma diferença muito grande entre os custos de: a) Produção do Período (produtos acabados mais produtos em elaboração); b) Produtos Acabados. c) Produtos em Elaboração no Final do Período. d) Custo dos Produtos Vendidos.

 

 

 

*Publicado originalmente em Tribuna do Norte. Natal, 17 set. 2022

 

 

Tomislav R. Femenick – Membro da Academia Brasileira de Ciências 

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