AIDS-Descoberta
A Articulação Aids do Rio Grande do Norte e o Fórum LGBT Potiguar, entidades que congregam organizações com atuação nas áreas de prevenção, assistência e controle social em Aids vem através desta nota se manifestar sobre a atuação do Governo Estadual do Rio Grande do Norte sobre a não realização de ações no Carnaval 2016.

Considerando que:
– O número de casos novos de Aids está diminuindo no mundo, mas no Brasil preocupa o crescimento da doença, especialmente entre os jovens. Os números do relatório do Unaids mostram: a cada três pessoas infectadas em todo o mundo, uma tem entre 15 e 24 anos. No Brasil, a preocupação é com os garotos de 15 a 19 anos. O número de casos, nessa faixa etária, aumentou 53% de 2004 a 2013.

– No lançamento da campanha de carnaval deste ano, pelo Ministério da Saúde, o destaque é que o Brasil registrou, em 2015, recorde no número de pessoas em tratamento de HIV e aids: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos. De 2009 a 2015, o número de pessoas em tratamento no SUS (Sistema Único de Saúde) aumentou 97%, passando de 231 mil para 455 mil pessoas. Isso significa que, em seis anos, o país praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem uso de antirretrovirais.

– Que o diagnóstico precoce e início do tratamento colaboram para a prevenção, na medida em que pessoas com carga viral indetectável, tem menores chances de replicar a transmissão.

– No Brasil, a estimativa é que 734 mil pessoas tenham o vírus do HIV e destas cerca de 150.000 pessoas vivam com HIV e não sabem, nunca fez o teste e assim continua a não ter acesso aos novos recursos.

– Que o preservativo ainda continua a ser elemento importante na prevenção, mas que precisa ser amplamente distribuído, principalmente em festa de grande concentração popular.

– Que no Rio Grande do Norte as ações desenvolvidas pelo Programa de DST e Aids do Governo Estadual em parceria com as Organizações não Governamentais sempre foi elemento que contribui para esta disseminação de preservativos e informação durante os festejos do Carnaval.

Vimos a público repudiar a não realização, neste ano de 2016, de ações efetivas durante as atividades carnavalescas: blocos, desfile de escolas de samba, bailes e outros, por parte da Secretaria de Saúde do Estado. Solicitamos que esta atitude seja revista e se promova, através dos agentes públicos em parceria com a Sociedade Civil Organizada ações que possam estimular o uso do preservativo, a busca por diagnóstico e tratamento. Que não tenhamos retrocesso nas políticas públicas do nosso Estado.

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