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O ano de 2015 foi marcado pela alta das demissões e a retração forte da economia, sendo considerado o ano com maior número de fechamento de empresas em mais de uma década. Entre os meses de janeiro e outubro, 302,7 mil firmas deram baixa em seus registros nas juntas comerciais, enquanto 388,5 mil empresas foram abertas. Apesar dos números apontarem que as novas firmas ainda superam as que encerraram suas atividades, os dados são desanimadores, visto que essa relação sempre foi bem mais favorável à expansão do empreendedorismo. Em 2010, por exemplo, 617 mil empresas foram criadas, quase o triplo das 215 mil extintas na época.

De acordo com a empresária e contadora, Lidiane Amaral, os dados do ano passado são, em parte, reflexo da redução da burocracia exigida para encerrar as atividades de firmas. “O governo federal lançou, no início do ano passado, um sistema que permite ao empresário por fim em seu CNPJ em apenas um dia, sem apresentação de certidões negativas de débitos tributários, trabalhistas e previdenciários”, explica. Ela acrescenta que as dívidas em aberto das companhias passaram a ser transferidas ao CPF dos sócios, facilitando o processo.

Pesquisas apontam que o principal fator que explica o avanço da extinção de firmas é a retração da demanda aliada a um forte aumento de custos. Para Lidiane, nós vivemos um momento de desconfiança generalizada, do ponto de vista político e moral. Os investidores estão pessimistas e, porque as taxas de juros que não param de subir, elas tiram a tranquilidade do pequeno empresário, que hoje é quem mais precisa buscar financiamento.

Economistas dizem que o cenário que se desenha para este ano para o setor é o pior desde 2003. “A retração na economia é generalizada, com elevação dos juros, crédito escasso, redução do emprego, inflação alta reduzindo a renda do consumidor, o que é muito ruim para o comércio. A indústria começou a sentir essa crise primeiro, mas agora ela chegou no setor varejista e de serviços”, finaliza Lidiane.

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