UMA VISITA À AGRICULTURA FAMILIAR EM PUNAÚ –

​​​Estive em Punaú, zona rural do Município de Rio do Fogo, que dista de Natal 72 km, com acesso pela BR – 101, com amigos de muitas lutas democráticas e comprometidos com a agricultura familiar, dentre eles, José Rodrigues Sobrinho, Sebastião Menezes e Elvis deBrito, para visitar os comunitários e ver de perto o resultado da limpeza das calhas do Rio Punaú, incluído na bacia dos Vales Úmidos do Estado do Rio Grande do Norte.

Acompanhei o trabalho que vem sendo realizadas pelo grupo denominado Ações Integradas, envolvendo diversos órgãos públicos, dentre os mais destacados, o IDEMA, EMATER, EMPARN, UFRN através do Departamento de Economia, podendo ressaltar as pessoas dos Professores João Matos e Alice da Cruz, de Herbert Dantas e o próprio Sebastião Menezes já citado, e da participação das organizações sociais, CEAAD, Movimento sindical dos Trabalhadores Rurais, Associações Comunitárias Nova Dimensão, Paraíso/São Francisco e Centro Social.

O trabalho realizado foi voltado inicialmente para a cultura de bananas, sendo realizado o levantamento econômico e social, como também, a forma de produção, de maneira participativa, exigindo muitas reuniões e desprendimento, para introdução de novas técnicas com a preocupação de incluir mecanismos de preservação ambiental, com experiências práticas, de trocas de experiências, novas mudas, combate as pragas, reunindo a ciência e as vivências.
​​​Na área dos vales úmidos, pelo incrível que pareça o problema consiste nas chuvas, depois de sete anos contínuos de seca, em face de um manejo errado durante anos a fio, apesar dos esforços dos trabalhadores que enfrentavam de forma manual o alagamento dos solos pelo rio completamente encalhado e sem saída, resultando na drástica diminuição da produção.

​​​Ao longo das discussões o problema do alagamento vale veio à tona, com a possibilidade de perder a produção de bananas e da tradicional cultura de jerimum, pois, são os maiores produtores do Estado rivalizado, apenas, pelos produtores da Bahia, e foi realizado toda uma articulação, desde a contribuição da elaboração de um documento, a partir dos que já estavam preparados, foi preciso reunir os estudos com todas as condições operadas pelo CEAAD e trabalhado a muitas mãos o documento foi entregue ao Governo do Estado.

​​​Do Governo do Estado com o entendimento através do IDEMA resultou na autorização ambiental para a limpeza do rio, e com recursos do Município de Rio do Fogo, com a decisão política do Prefeito Municipal, Laerte Paiva, o trabalho foi realizado com o investimento de mais de setenta mil reais no emprego de máquinas, acompanhado diretamente pelos trabalhadores.

​​​A expectativa agora ao final de novembro até janeiro os agricultores familiares produzirão quatro mil toneladas de jerimum, trabalhados em mais de 350 hectares no alagado, em todos os lotes familiares, com um preço por quilo que poderá atingir a quantia de R$ 1,50 em virtude da ação governamental e das instituições do terceiro setor, fruto de um trabalho coletivo realizado com muito comprometimento, buscando unidades e consensos.

​​​A visita realizada foi gratificante, de encontrar o rosto risonho e alegre dos agricultores familiares pelas possibilidades advindas do trabalho realizado, na unidade encontrada, ver de perto a cultura do jerimum completamente implantada, iniciando a geração das aboboras, em um tamanho que vai apresentar um excelente peso, de perder a visão em todo o horizonte da bela cultura de jerimum implantada.

 

 

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

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