TEMPOS DE NUNCA MAIS – 

Me arvorei de poeta
Para lembrar do passado
Onde o viver era belo
Vivia num mundo provilegiado
Meus pais estavam presentes
As maldades mundanas ausentes
Eu era um ser encantado

Tomava banho de rio
Água límpida, fria e doce
Comia fruta madura no pé
Este viver acabou-se
Perdeu-se no tempo do mundo
Em um passado fecundo
Meu mundo idílico, encantou-se

Bebia água de pote
Esfriada em quartinha
Que buscava em riachos
Na vazante que existia
Vinha com alguns gierinos
Coados em pano branco
Era assim que percebia

Montava em burro, cavalo
Fosse manso ou coiceiro
Catucava com espora
Ele corria ligeiro
Andando naquelas campinas
Terras adoradas, lindas
Meu viver era faceiro

Bebia leite puro
Tirado do peito da vaca
Mamãe adicionava Toddy
Eu ficava forte e pirraça
Fugia para o açude
Tomar banho as escondidas
Daí, mamãe perdia a graça

Ela morria de medo
Que eu morresse afogado
Me fazia prometer
A não ir para aquele lado
Eu convicto prometia
Mas, logo escapulia
Para meu açude encantado

Quando chegava em casa
Dava uma de farsante
Negava que tinha ido
Mamãe me pegava em flagrante
Passava a mão no meu braço
Ficava a marca no ato
Pois era nítido e gritante

Lá vinha a ladainha
Um convencer um inocente
Do perigo que havia
Eu nem ligava,ausente
Das armadilhas do mundo
Pois me sentia forte e seguro
Com seu amor, sempre presente

E assim seguia a vida
Num tempo de nunca mais
Hoje só restam saudades
Dessa harmonia, de meus pais
Agora entre concretos indevidos
Perdido nesta cidade grande
Sou só saudades,imortais…

 

 

José Alberto Maciel Oliveira – Representante comercial aposentado
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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