TEMOR E DÚVIDAS –

“Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo”. (Mahatma Gandhi)

O leitor sabe que os executivos das principais empresas do mundo encerraram o Fórum Econômico Mundial (entre 22 e 25 de janeiro), com pessimismo, temor e dúvidas sobre os efeitos da crise nos EUA?

A percepção predominante é que os EUA terão uma desaceleração econômica de intensidade e abrangência ainda desconhecidas.

Lembro que o Fórum Mundial de Davos é um encontro anual que reúne líderes da economia mundial, como chefes de Estado, mega-empresários, ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais, diretores do FMI, Banco Mundial e organismos internacionais.

É o lugar onde os muito ricos traçam planos para continuar mandando no mundo.

A impressão deixada pelos analistas, economistas, executivos e autoridades que passaram pelo evento, é que os Estados Unidos não terão como escapar de uma forte desaceleração econômica. Mas, as opiniões divergem em relação ao impacto que ela terá sobre o restante da economia global e sobre os países emergentes.

Parece cada vez mais que, no século 21, estamos retornando à economia do século 19, quando a riqueza estava concentrada nas mãos de poucos proprietários e especuladores.

As alegações de que os mercados livres enriqueceriam todos os setores da sociedade são visivelmente falsas. Prova disso é que o tradicional Estado de bem-estar social europeu parece penalizar a inovação e a criação de riqueza, condenando desta forma os pobres e os profissionalmente desqualificados à pobreza e ao desemprego estrutural, institucionalizado. A caça aos migrantes comprova que o desemprego já atinge aos loiros, de olhos azuis.

O Neoliberalismo gerou uma subclasse presa entre a assistência social e os baixos salários, uma classe média pesadamente endividada e, cada vez mais, sujeita a inseguranças no que se refere ao trabalho e às pensões, e uma nova classe de super-ricos que se esquivam de todas as regras relativas aos impostos e aos interesses das comunidades mais pobres.

Os índices de crescimento na América Latina e na África, que costumavam ser maiores do que os das outras nações em desenvolvimento, caíram mais de 60% depois que os países dessas regiões abraçaram o Neoliberalismo, patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional na década de 1980. Atualmente essas economias encontram-se praticamente paralisadas.

Os aumentos salariais reais nos 13 principais países da OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico estão abaixo da taxa de inflação desde os anos 70.

Assim, já faz mais de 30 anos que os assalariados enfrentam uma persistente pressão negativa sobre o seu padrão de vida. Ou seja, o Neoliberalismo deu certo apenas para a parcela de prosperidade obtida pelos muito ricos, cujos lucros crescem astronomicamente.

Ou seja, nem o Estado do bem-estar, nem o Neoliberalismo foram capazes de transformar as vidas dos pobres para melhor. A insaciável ganância não permitiu enxergar que é vital que a massa trabalhadora ganhe o suficiente para consumir bens e serviços e, assim, garantir o funcionamento do próprio sistema.

Ignoraram que a produção se realiza no consumo.

Será que o corifeu do capitalismo vai se desfazer no ar? Ou não?

Ou será que aprender a ler e escrever em Mandarim é o nosso caminho?

O crescimento da China assusta e abala a posição de conforto dos EUA no topo do sistema internacional. Isso significa que, cada vez mais, os Estados Unidos perdem sua posição como indiscutível potência hegemônica.

 O PIB da China aumenta quase dez vezes mais rápido que o dos EUA, e tem mais: a China tem achado brechas nos países fragilizados para se impor no cenário internacional.

As relações das duas maiores potências afetam os países do mundo de forma significante e, se pensarmos no ditado africano, “quando os elefantes brigam quem mais sofre é a grama”, aqui, a grama são todos os países do globo assistindo uma briga entre duas maiores economias da atualidade.

A história da relação dual entre EUA e China ainda está longe de acabar.

Todavia, pelo sim, pelo não; forneço ao leitor o site para aprender o Mandarim, falado na China: http://www.ninhao.com.br

Rinaldo Barros é professor[email protected] – www.opiniaopolitica.com

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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