QUANTO TEMPO! –

“A amizade é como um selo postal. Uma vez colado no envelope do respeito e da gratidão, viaja pelo tempo eterno” (Josuá Costa)

Ei rapaz! Quanto tempo! Você não mudou nada!

Essas expressões quase sempre são comuns quando dois “velhos” amigos ou simplesmente colegas, lá dos tempos do colégio, se encontram depois de um bom período de distanciamento. As razões são as mais diversas, para que certas pessoas convivam um tempo comum e, depois, nunca mais se vejam até que se reencontrem em algum cenário novo ou em ocasião não programada para tal ocorrência.

Tenho observado que velórios, aniversários, casamentos e supermercados são os locais mais comuns em que as amizades que se “perderam” nas trajetórias da vida, reacendem os momentos de lembranças.

Para mim, em quaisquer das circunstância, entendo como favorável para uma nova aproximação e saber como aquele amigo está quanto à sua saúde, sua família, sua vida profissional e os caminhos percorridos. Enfim, “bisbilhotar” com o intuito de compartilhar as alegrias e até os dissabores que nos trouxeram até esse novo encontro.

Confesso que os nomes de alguns já não lembro com tanta certeza. Outros são mais afinados de espírito e os lábios não escondem a satisfação em pronunciar a “graça” do amigo. Tenho o cuidado de não trazer à memória o apelido do tempo dos bancos escolares, para não constranger o agora homem adulto.

Certa vez encontrei um amigo assim e, com uma alegria desenfreada, depois de tanto tempo, ‘taquei’ o apelido, e fui repreendido imediatamente: “Meu nome é…”. Claro que pedi desculpas e sempre que o encontr, vou logo enchendo a boca do nome próprio, para não ser traído pelo gostoso mundo infantil, onde o apelido era apenas um modo carinhoso de chamar alguém. Hoje é “Bullying” considerado “prática de atos violentos”. Já pensou!

Por sua vez temos alguns amigos de infância que se alongam pelo tempo afora, envelhecem conosco, porém nutrem

“dificuldades” para se encontrarem e celebrarem a amizade talhada nos brios da juventude. É como se cada um tenha o dom da  imortalidade e deixe para amanhã a decisão de ter um momento de tamanha alegria. Vou ‘entregar’ só dois, mas a lista é extensa: José Humberto Cabral Micussi e Dorian Ximenes de Medeiros.

Sei que podemos ficar distantes por longos períodos, mas ao nos reencontrarmos é como se o tempo não tivesse passado. Basta um “ei rapaz”, um olhar, um breve sorriso e já nos entendemos claramente. Na memória e no coração o tempo volta imediatamente e, lá daquele ponto, ressurgem a graça e o colorido da juventude partilhada em versos e reversos.

O bom é que quando encontramos amigos assim, não há cobranças, não se ressaltam mágoas. Apenas a felicidade de reencontrá-los, sem darmos conta que fomos se distanciando pela vicissitudes da vida e certamente pelos caminhos apontados por Deus.

O que eu quero dizer com esse ‘escrito’ é que vocês, “milhões de amigos”, são muito importantes para mim.  O que está bem pertinho todos os dias, o que está distante por força do destino, o que hoje diz “olá” e que amanhã diz “alô”, o que partiu e não pude me despedir, o que se apartou da vida e não pude dizer o quanto lhe fora grato.

Compreendo que a vida nem sempre nos permite estar perto daqueles que “bordaram” as amizades que mais gostamos. Por isso sou grato por cada instante que Deus me deu para conhecer você, você e você… e aprender com cada uma das amizades construída, tudo me fizeram bem e melhor.

Há amizades que jamais serão esquecidas e eu me orgulho em dizer que todas elas foram benevolência do Senhor. Portanto recebam um abraço repleto de carinho e gratidão.

Quando reencontrar um amigo não tenha receio em se aproximar e demonstrar a sua alegria.

“Quanto tempo!”.

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

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