AB ASTENIO ARAUJO

 Astenio Araujo

Se você mora no alto oeste, em um sítio próximo a Mossoró e, ao cavar um buraco, descobre petróleo, basta chamar a Petrobras, fechar um contrato, deitar na rede do alpendre e assistir ao por do sol sem pressa. No final do mês, a estatal colocará religiosamente um saco de dinheiro em sua conta bancaria. Não há com o que se preocupar, nem gerenciar, nem planejar. É só sombra e água fresca.

Há empresas que possuem produtos assim como o petróleo. Não há o que administrar. Nos anos 60-70, por exemplo, ter um posto de gasolina, uma farmácia ou uma empresa de ônibus, entre tantos, era sinônimo de gaveta cheia de dinheiro. Não havia necessidade de técnicas modernas, e complicadas, de gestão. Era abrir as portas, vender, receber, pagar as contas e guardar o resto no cofre.

Nos dias atuais, são raros os negócios com essa moleza. Há concorrência em quase todos os setores. Há também novos custos: legislação trabalhista mais protecionista, taxas de cartão, internet, etc. Neste novo cenário, gerenciar com excelência faz-se imprescindível pois o dinheiro que sobra é mais curto (quando sobra!).

A ferramenta indispensável para atravessar as turbulências do mercado é a bola de cristal, também conhecida como planejamento. Isso mesmo, o planejamento é como uma bola de cristal onde você tenta adivinhar o que vai acontecer no futuro. Mais do que isso é uma tentativa de imaginar e materializar o desejo.

Obviamente que o planejamento não é preciso pois não pode prever ou controlar as tempestades e trovoadas que podem surgir pelo caminho; mas ele pode antecipar e ajudar e evitar estradas erradas, rotas perigosas e becos sem saída, aumentando muito as chances de se chegar a salvo no destino.

Em tempos de crise, um tipo de planejamento, o financeiro, ganha destaque. Fazer boas previsões de entradas e saídas de dinheiro é questão de sobrevivência. E nesse cenário, o fluxo de caixa é o rei. Aquele que deixar todo o sangue (digo dinheiro) ser drenado, morre antes do final.

E para terminar, uma última dica: planejamento só passa a existir quando for posto no papel, e compartilhado com os envolvidos!

 Astenio Araujo –  Consultor de empresas

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