O COVID-19 CHEGOU –

Pode quem quiser minimizar os efeitos deletérios do tal coronavírus em nós humanos. Eu, cá, acredito no que estou vendo. E o que vejo não é nada alentador ou subjugável a curto prazo sem usar de muita determinação e suor. Estou receoso, sim, de ser infectado. Faço parte do grupo mais susceptível à agressão inclemente da moléstia, e tomo precauções para evitar o contágio.

Isso é jogada comercial! A fome mata mais do que esse vírus! A taxa de letalidade é menor do que a da dengue, chicungunha, sarampo, febre amarela, etecetera e tal! Podem ficar com a credulidade de vocês, que eu fico com a minha desconfiança, tal qual São Tomé, acatando apenas o que estou vendo.

Gente, é impossível não atentarmos para os fatos mostrados na televisão acerca do que está ocorrendo na Itália. Não se trata de encenação ou efeitos especiais dos meios de comunicação apresentar restaurantes fechados, ruas vazias, cidades apavoradas, um país emparedado com receio de algo “insignificante”, que teimam em afirmar não ser letal, embora elimine, particularmente idosos.

Como querer tranquilizar uma população como a do Brasil, sem saneamento básico de qualidade, sem saúde pública estruturada, sem leitos ou hospitais suficientes, sem agentes de saúde especializados, sem cuidados ou informações precisas de como proceder diante dessa pandemia.

Nada de pânico! Concordo. Porém, também nada de relaxamento quanto aos cuidados a tomar para o enfrentamento dessa situação. O nosso ministro da Saúde tem se mostrado bastante equilibrado e consciente quanto aos riscos da pandemia. Ótimo! Mas ainda é pouco.

Dentro de poucos dias o contágio alcançará uma proliferação geométrica, pois é o que está acontecendo nos países onde o coronavírus chegou.  Nós não somos diferentes nem melhores que as demais nações do planeta. O que nos falta é acionar a disciplina e a educação para seguir regras e procedimentos estabelecidos.

O vírus não é seletivo. Não escolhe suas vítimas em função de raça, sexo, religião, padrão social ou partido político. Em filmagem, na Austrália, foram infectados Tom Hanks e sua esposa, Rita Wilson; na Inglaterra, a ministra da Saúde Nadine Dorries, contraiu o vírus; e, no Brasil, o secretário especial de Comunicação, Fábio Wajngarten, também deu asilo ao capeta do momento.

Por qual razão nós, desimportantes mortais, estaremos imunes a ação do Covid-19? Não pensarei duas vezes para redobrar os cuidados e prevenções com vista a dificultar a entrada do tinhoso no meu organismo por vias respiratórias e mucosas.

Paremos de falar que tudo isso é armação da China para desestabilizar a economia mundial em favor deles. É verdade que foi lá que o vírus surgiu e se propagou; também é verdade que foram os chineses, uma nação de 1,4 bilhão de habitantes, os mais atingidos pela moléstia. Por outro lado, foi deles a competência para domar o contágio e reverter o quadro, antes desfavorável, em tempo recorde.

Nós somos 210 milhões de almas, quase uma sétima parte dos habitantes daquele país asiático. Teremos a mesma capacidade deles nessa empreitada? Acredito que sim. Poderemos domar essa fera assim como dominamos o vício do fumo diante da perplexidade do mundo.

Câmara Cascudo, o folclorista, falou que o melhor do Brasil é o brasileiro. Eis-nos, mais uma vez em cheque. Ponhamos a máscara e vamos à luta!

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro e Escritor

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