NOSSA TRAGÉDIA NO TRÂNSITO DE CADA DIA –

Faleceu a jovem baiana, que foi atropelada por uma moto na Ponte Newton Navarro. Ela seguia com amigos em um rally que destinava alcançar o extremo do continente americano. Todos seguiam em paz. Mais uma ocorrência sinistra envolvendo condutores de moto. Ao que consta pelas notícias, o motoqueiro tentava escapar do alcance do radar. Parece que as autoridades estão convencidas que a vigilância dos radares é suficiente, na realidade, os condutores é que estão deixados a própria sorte.

Há dias li a revolta de uma família de um motoqueiro, que morreu após ter seu veículo de duas rodas abalroado “por outra moto” em Brasília. Cabe uma pergunta: por que a legislação e as ações são tão lenientes com os crimes do asfalto, principalmente, as insanidades que advêm da direção de risco, não somente de motoqueiros, mas de motoristas que “portam” volantes de carros como arma! Outra queixa que tenho lido pela imprensa, a de que algumas motos passam defronte de hospitais com descarga livre, em altíssimos decibéis, muitas vezes, quando há enfermos graves precisando de paz para não sucumbir. É mínima a repressão, com certeza, por que parece bastarem os radares!

Entende-se que os radares não flagram as desregradas descargas livres, e por isso padecem todos os contribuintes da cidade com a zoada infernal. A estudante baiana Alexia Suelen, de 24 anos, que morreu enquanto tentava cruzar o continente americano de bicicleta, no trecho de Natal, foi velada no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Aluna de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ela saiu em expedição com amigos rumo ao Alasca, nos Estados Unidos. Teve a vida ceifada e o sonho interrompido por um desleixo monumental, que acomete todas as ruas e estradas brasileiras.

O Brasil registra cerca de 47 mil mortes no trânsito por ano — 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela, como está na Folha, de 31 de maio de 2017. É como se um Boeing caísse por dia no Brasil, com 165 mortes diárias! E o que é mais arrepiante: não se assistem ações concretas para que sejam coibidas essas transgressões visíveis a todos. E as tenebrosas estatísticas tenderão seguir crescendo, enlutando, lançando o Brasil no pior e mortíferos mundos. Mas ainda há tempo. Afinal tanto autoridades quanto vitimados no trânsito estão no mesmo cenário. Continuemos a esperar pelas francas providências.

Luis SerraProfessor e escritor
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