A NOITE DE NATAL –

A Noite de Natal é sagrada para todos os lares. Noite de encanto e mistério para as crianças, e noite de ternura e carinho para os pais. No silêncio da noite, quando tudo dorme, as crianças sonham com os possíveis presentes que receberão nos seus sapatinhos, postos ao lado de suas camas. Surge nos sonhos a figura de Papai Noel, mostrando-lhes os mais variados presentes, inclusive doces, confeitos, caramelos e chocolates. Depois, Papai Noel segue o seu caminho e vai percorrendo todas as chaminés das casas da cidade.

Na verdade, o Natal é melhor comemorado entre os ricos, que, quase sempre, substituem o sentido religioso e a Missa do Galo por uma festa de mesa farta e muita bebida vinho. O principal prato dessa mesa é o peru assado.

Um menino pobre, de oito anos, saltou cedinho da cama, na manhã do Natal, ansioso para ver o presente que Papai Noel deixara para ele dentro do seu sapato. Encontrou duas moedas de dez tostões, e o seu desapontamento foi imenso. Os meninos da vizinhança exibiam nas calçadas seus brinquedos de verdade, como bolas, carrinhos e jogos. Por que razão Papai Noel teria feito isso com ele? Desde esse dia, passou a duvidar desses presentes. Achou que aquilo só podia ter sido obra do seu pai, que era pobre e se irritava quando o via pedir presentes a Papai Noel. Queria desiludi-lo dessa fantasia, e conseguiu…O menino teve seu peito invadido pelo veneno da dúvida, e passou a sentir desprezo pela figura de Papai Noel.

Essa antiga e deliciosa lenda de Papai Noel varia de acordo com a maneira como as várias famílias do mundo inteiro a festejam.

Na França, é um bom velho, de barbas brancas e macacão encarnado, debruado de arminho branco, que desce pelas chaminés na noite de Natal. Carregado de brinquedos, é acompanhado por outro insignificante personagem, de barbas grisalhas e olhos ameaçadores. Este último leva um cesto de vime cheio de chicotes, que vai deixando nos sapatos dos meninos que foram desobedientes durante o ano. Enquanto isso, o venerável ancião presenteia com lindos brinquedos os meninos que foram obedientes e aplicados. Os franceses chamam Pai Natal ao primeiro e Pai “Fouettard” ou açoitador, ao segundo.

Na Inglaterra e na América do Norte é a Santa Claus e Pai “Christmas”; na Alemanha e em outros países é o São Nicolau; na Espanha, são os três Reis Magos que veem do Oriente, em silenciosa cavalgada, seguidos de inúmeros camelos, carregados de brinquedos. São personagens fantásticos, que, em tão célebres noites, inundam o mundo de alegria e contentamento.

No Natal, em alguns países, as pessoas costumam arranjar presépios, relembrando o lugar onde nasceu o Menino Jesus. São colocados numa paisagem que representa o país de Bethleem, por cujos caminhos surgem os Reis Magos, com incenso, ouro e mirra, em homenagem ao Deus Menino; pastores tocando flauta e uma multidão de homens e animais que bebem num pequenino lago. Cavalos, cães e galinhas são figuras que dão vida à paisagem. O chão coberto de musgo verde aparece rodeado de montanhas nevadas. Esse é um costume que vem da Idade Média e que foi feito popular por São Francisco de Assis.

No Brasil, o Papai Noel é um velho de barbas brancas e roupa vermelha, pronto a atender pedidos de presentes, feito por crianças bem comportadas  e obedientes durante todo o ano.

Em muitos países, há o hábito de se armar a árvore de Natal. Há cidades em que todas as famílias, sejam ricas ou pobres, arranjam o seu ramo de pinheiro e o enfeitam de brinquedos e luzes. Escritores e poetas contam histórias sobre a origem desse costume. Falam das belas coisas que aparecem na gelada e dura terra na noite de Natal; da Rosa de Jericó, que se abriu debaixo dos pés da Virgem Maria; das árvores que se vestiram de linda folhagem e deliciosos frutos.

A festa da Noite de Natal é essencialmente familiar, sendo marcada pela confraternização e fortalecimento dos laços de amizade.

 

Violante Pimentel – Escritora

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