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JOHN LENNON, O MITO – 

Na próxima quinta-feira, dia 8 de dezembro, serão 36 anos sem John Lennon, o mais reverenciado integrante dos The Beatles, ídolo inconteste de gerações amantes do rock and roll, em particular, daquela que viveu os anos 60 e 70.

Na juventude, muitos marmanjos com faixa etária igual a minha, sacolejaram os quadris tentando aprender alguns movimentos extravagantes do novo gênero musical que se estabeleceu, definitiva e mundialmente, na década de 1960.

A minha paixão pela música dos Beatles começou depois de assistir a retransmissão, numa tevê em preto e branco, da célebre apresentação do quarteto no Ed Sullivan Show, da CBS, no dia 9 de fevereiro de 1964.  Nós, no Brasil, e mais 73 milhões de pessoas que não desgrudaram olhos de televisores nos Estados Unidos. Naquela noite em que os rapazes se apresentaram, algo de muito especial aconteceu.

Ninguém ficou indiferente ao charme de John, Paul, George e Ringo. Bastaram os primeiros acordes de All My Loving para não ter mais volta. Criou-se um elo emocional instantâneo entre a banda e seus fãs. As mensagens das canções eram claras e diretas: “ela te ama”, “quero segurar sua mão”, “de mim para você”. Tudo muito simples e doce. Nascia a beatlemania e entrava para a história um mito.

Ainda assim houve comentários desanimadores, como o da revista semanal Newsweek: “Visualmente, são um pesadelo. Ternos eduardianos apertados e cabelos em forma de tigela. Musicalmente um desastre: guitarras e bateria detonando uma batida impiedosa, que afugenta ritmo, melodia e harmonia. As letras, pontuadas por gritos de ‘yeah, yeah, yeah’, são uma catástrofe, um amontoado de sentimentos baseados em cartões do dia dos namorados”.

Nada, porém, conseguiu dominar a beatlemania. Na virada de 1964, os quatro músicos que começaram a carreira no pequeno Cavern Club de Liverpool, Inglaterra, se tornaram a maior banda do mundo.

Em 1970 aconteceu a dissolução definitiva do conjunto, quando cada um dos integrantes enveredou por caminho diferente – Paul McCartney e John Lennon, como cabeças do grupo, obtiveram os melhores resultados na carreira-solo.

John Lennon, ao voltar para casa às 23 horas de uma segunda-feira, em dezembro de 1980, após sessão num estúdio de gravação, foi alvejado por quatro tiros de revólver desferidos por Mark David Chapman, um homem de 25 anos, na frente do edifício Dakota, onde morava. Lennon morreu com 40 anos de idade.

Em Nova York eu fui até ao Central Park para conhecer o dito edifício e render homenagem à memória do beatle famoso. Em frente ao prédio encontrei, numa das calçadas do parque, um círculo de aproximados 3,5 metros de diâmetro, em pedras portuguesas, contendo a palavra Imagine no centro. Ali, vi pessoas reverenciando o local como se fosse o ponto do assassinado de John Lennon.

Ressabiado, procurei o porteiro do Dakota para pedir informações. Ele olhou para mim, sorriu e disse: “O senhor está pisando no local onde ele caiu ferido de morte”. E naquele ponto eu fui fotografado, numa reverência singela a um dos ícones de minha adolescência.

O círculo do Imagine é um memorial com o nome da música de maior sucesso da carreira-solo de John Lennon, preito de Nova York ao morador inesquecível.

José Narcelio Marques Sousa é engenheiro civil e escritor – [email protected]

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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